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Havia 12 anos que o país não registrava uma inflação acumulada tão alta sobre os serviços. É o que apontam os dados divulgados nesta terça-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Eles sugerem haver relevante efeito de demanda pressionando a alta de preços na prestação de serviços.
Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o indicador oficial da inflação, teve variação negativa na passagem de junho para julho (-0,68%, a menor taxa mensal desde 1980), o índice calculado especificamente para os principais serviços prestados no país teve alta de 0,80% na mesma comparação.
A taxa é menor que os 0,90% registrados em junho. Mas a desaceleração não foi capaz de frear a alta do indicador no acumulado em 12 meses, que chegou a 8,87% – taxa mais alta registrada pelo IBGE desde junho de 2014.
“A demanda tem pressionado muito a alta de preços dos serviços, principalmente daqueles relacionados ao turismo. Isso, claramente, está relacionado à retomada do consumo das famílias”, apontou o gerente da Coordenação Índices de Preços do IBGE, Pedro Kislanov.
O pesquisador destacou que, desde dezembro do ano passado, o IPCA acumulado em 12 meses sobre os serviços mantém trajetória de crescimento.
A maior pressão sobre esta escalada do indicador, segundo ele, vem das passagens aéreas, que é o serviço individual de maior peso sobre a inflação do país.
A inflação das passagens aéreas desacelerou de 11,32% em junho para 8,02% em julho. Em 12 meses, no entanto, acumula alta de 77,68%, a mais alta entre os serviços pesquisados pelo IBGE.
Transporte por aplicativo é o serviço com a segunda maior taxa acumulada em 12 meses, de 49,78%. Sua variação mensal, porém, teve movimento contrário ao das passagens aéreas – depois de ter registrado deflação de 2,01% em junho, acelerou para uma alta de 0,72% no mês passado.
A maior variação de preços entre os serviços na passagem de junho para julho foi a de aluguel de carros, que chegou a 13,39% depois de ter tido deflação de 2,44% no mês anterior.
Dentre os principais serviços pesquisados pelo IBGE, três tiveram deflação na passagem de junho para julho.
A mais relevante foi no preço médio dos serviços de despachante (-2,24%), segunda variação negativa seguida, já que em junho havia recuado 1,53%. Os outros dois serviços com deflação no mês foram estacionamento (-0,78%) e pintura de veículo (-0,67%).