O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (30), que “se fosse cumprir a meta de inflação em 2023, teria que ter juro de 26,5%”. A declaração foi feita durante entrevista coletiva, na apresentação do Relatório Trimestral de Inflação do BC.
“Se a gente quisesse atingir a meta em 2023, a última informação que tive é que a taxa teria que ser 26,5%. É óbvio que a gente entende que isso é impossível”, disse o presidente do BC. A meta de inflação para este ano foi fixada em 3,25%, com oscilação, para cima ou para baixo, de 1,5 ponto percentual. Ou seja, isso resulta em um intervalo superior máximo de 4,75%.
“É óbvio que a gente sabe que isso (atingir os 4,75%) é impossível”, disse o presidente da autarquia.
Campos Neto disse ainda que a autarquia é um “órgão técnico” e que, por isso, “não deveria se envolver em termos políticos”.
“Nosso processo aqui não tem nenhum componente político. É estritamente técnico”, disse Campos Neto, ressaltando que o custo para combater a inflação é alto e é sentido no curto prazo. “Nosso trabalho é explicar por que existe autonomia e por que isso é importante para a sociedade.”
“Acho que a ata, de certa forma, sempre tem dimensão técnica, de tentar explicar o que foi feito tecnicamente. E ela incorpora alguma correção, alguma explicação que precisava ser dada em relação às incertezas desde o comunicado”, disse.
O Banco Central aumentou de 1% para 1,2% a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB ) do país em 2023. Também disse que há 83% de chances de descumprimento da meta de inflação neste ano.
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