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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou nesta quinta-feira (17) que a rede nacional de energia tem operado em “condições mais conservadoras” para assegurar o fornecimento, após o apagão em 25 estados e Distrito Federal no início da semana.
O procedimento faz parte do protocolo adotado depois de perturbações no sistema. Entre as medidas adotadas estão a redução na carga das linhas de transmissão — ou seja, na energia transportada — e o adiamento de manutenções programadas no sistema.
O ONS deve concluir o Relatório de Análise de Perturbação (RAP) em até 45 dias úteis. No documento, constará avaliação sobre a causa e os eventos que se sucederam ao desligamento na linha de transmissão, além do desempenho dos sistemas de proteção.
Além da elaboração do RAP, o ONS vai se reunir com representantes do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e de usinas de geração para avaliar as informações enviadas depois do incidente. O encontro está marcado para o próximo dia 25.
O apagão de energia iniciou às 8h30 da última terça-feira (15). O primeiro evento que levou à interrupção do fornecimento de energia foi a abertura (desligamento) de uma linha de transmissão localizada no Ceará.
O incidente ocorreu na linha Quixadá-Fortaleza II, operada pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), uma subsidiária da Eletrobras. Na ocasião, a distribuição de aproximadamente 27% da carga elétrica do sistema foi interrompida.
A interrupção foi provocada pela “atuação incorreta no sistema de proteção da linha, que operava dentro dos limites, ocasionou o seu desligamento”.
A partir do incidente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico afirma que ocorreu:
- separação elétrica das regiões Norte e Nordeste das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste;
- abertura das interligações entre essas regiões, afetando 24 estados e o Distrito Federal;
- suspensão da carga elétrica da região Norte (5,4 mil MW);
- suspensão de parte da carga elétrica da região Nordeste (7 mil MW, ou 56%); e
- cortes controlados de carga, por meio do Esquema Regional de Alívio de Carga, em parte das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul (6,4 mil MW).
A análise preliminar do ONS indica que o evento ocorrido no Ceará, de forma isolada, não “seria suficiente para ocasionar a interrupção de energia elétrica observada” na última terça.
“O desligamento refletiu desproporcionalmente em equipamentos adjacentes e ocasionou oscilações elétricas (tensão e frequência) no sistema das regiões Norte e Nordeste”, diz a nota.
“Sendo assim, neste momento, mais documentos estão sendo recebidos e avaliados para que se faça um diagnóstico mais aprofundado e detalhado sobre a situação”, conclui.
A recomposição do fornecimento, ainda segundo o ONS, teve início “nos primeiros minutos após a ocorrência”.