A economia brasileira experimentou um ano “altamente positivo” em 2023, com a inflação recuando e um “crescimento surpreendentemente positivo”. No entanto, as perspectivas para 2024 são consideradas “mais desafiadoras” devido às incertezas globais e ao enfraquecimento dos fatores que impulsionaram a atividade doméstica neste ano, de acordo com a análise de Shireen Mahdi, economista principal para o Brasil no Banco Mundial.
Em horizontes temporais mais amplos, Shireen destaca a reforma tributária do consumo e a agenda de combate às mudanças climáticas como fatores que tendem a beneficiar a economia do país. No entanto, ela ressalta a necessidade de outras reformas para elevar a produtividade e o crescimento estrutural do Brasil.
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A economista principal para o Brasil no Banco Mundial, Shireen Mahdi, compartilhou essas avaliações em uma entrevista ao Valor. Ela observou que as projeções indicam um crescimento global mais modesto, influenciado por altas taxas de juros, tensões geopolíticas e incertezas em relação ao crescimento da China. Este cenário, segundo ela, tende a impactar os preços das commodities, que são “relevantes para o Brasil”. Mahdi também apontou fatores internos que podem conter o crescimento da economia brasileira, como um menor crescimento na agropecuária, que contribuiu para o aumento do PIB em 2023, e a falta de ajustes expressivos no Bolsa Família. Ela elogiou a reforma tributária e a agenda climática como passos positivos.