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Os entregadores do Ifood e Rappi terão que trabalhar mais do que o dobro para terem direito à aposentadoria no Brasil: isso se a alíquota previdenciária para aplicativos como iFood e Rappi for a mesma que a do Uber e do 99. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
Lula enviou ao Congresso Nacional um projeto que estabelece o recolhimento de 25% da renda bruta dos motoristas e entregadores de aplicativos para o INSS, sendo 20% da contribuição por parte das empresas e 7,5% descontado dos trabalhadores.
De acordo com o vice-presidente jurídico e de políticas públicas do iFood, Lucas Pittioni, caso seja mantido esse critério, somente cerca de 7% dos entregadores terão acesso à seguridade social.
Os demais (93%) teriam de desembolsar, segundo o iFood, valores para alcançar o mínimo de R$ 105 exigido como piso do recolhimento mensal para ter cobertura.
“É uma proposta que desagrada a plataforma, porque ela aumenta drasticamente o custo da operação sem trazer nenhuma contrapartida”, disse Pittioni ao jornal.
“E ela desagrada igualmente o trabalhador, porque ele não vai pagar essa quantia para o governo e não ser efetivamente incluído na previdência. Vamos seguir defendendo que existem modelos mais adequados”, afirmou.
Segundo dados do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), entregadores trabalham entre 13 e 17 horas por semana.
Com base nesses dados, o iFood projeta que, para atender à proposta de Lula, os entregadores vinculados ao seu aplicativo teriam de dobrar as horas de trabalho semanais para arcar com sua cota de contribuição na Previdência.