Economia

Inflação de março pesou menos para famílias de renda alta, aponta Ipea

Foto: Carlito/Pixabay

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A inflação no Brasil segue desigual, impactando os bolsos das famílias de forma distinta. Segundo estudo do Ipea, divulgado hoje, enquanto a inflação oficial em março foi de 0,16%, para as famílias de renda alta (acima de R$ 21.059,92) o índice foi de apenas 0,05%. Já para as famílias de renda muito baixa (menor que R$ 2.105,99), o peso da inflação foi bem maior, chegando a 0,22%.

A análise, que desdobra o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, mostra que a inflação para as famílias de renda alta desacelerou de 0,83% em fevereiro para 0,05% em março.

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Já para as famílias de renda muito baixa, a queda foi menos expressiva, indo de 0,78% para 0,22%, de acordo com o levantamento.

De acordo com a pesquisadora Maria Lameiras, do Ipea, os preços de alimentos e combustíveis explicam grande parte da diferença na inflação entre os grupos. As famílias mais pobres, com orçamento mais sensível à variação de preços de alimentos, foram menos beneficiadas pela queda na inflação do grupo “educação”, que em fevereiro havia sido impactado por reajustes de mensalidades escolares.

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Outro fator que contribui para a desigualdade é o perfil de consumo dos diferentes grupos. Famílias de renda alta, por exemplo, são mais afetadas pela variação de preços de itens como passagens aéreas, que recuaram 9,1% em março, levando a uma “descompressão ainda mais significativa para a faixa de renda alta”, segundo o Ipea.

No acumulado de 12 meses, a situação se inverte. As famílias de renda muito baixa registraram um aumento de 3,25% no custo de vida, abaixo da média nacional de 3,93%. Já os lares com renda alta tiveram inflação de 4,77%.

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Nesse período, os alimentos foram a principal contribuição para a inflação das famílias de menor renda, com alta de 0,79%. Já para as famílias de renda alta, os maiores pesos ficaram com os itens transportes (0,97%) e saúde e cuidados pessoais (0,99%).

Os dados do Ipea evidenciam a necessidade de políticas públicas que combatam a desigualdade social e aumentem o poder de compra das famílias mais pobres, especialmente em um momento de alta da inflação.

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