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As consultorias do setor apontam que a destruição das lavouras de soja no Rio Grande do Sul pode ter impacto nos preços do óleo, bem como nas carnes de frango e de porco, devido ao farelo do grão ser a principal base proteica da ração desses animais.
O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor nacional de soja, desempenhando um papel crucial nas exportações, especialmente após a seca enfrentada pelo Centro-Oeste no primeiro trimestre.
Antes do início das chuvas, aproximadamente 30% da safra ainda estava para ser colhida no estado, conforme indica Matheus Pereira, da consultoria Pátria Agronegócios, que presta serviços à Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil).
Estimava-se uma colheita de cerca de 20 milhões de toneladas no estado, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As perdas na produção de soja no pé são estimadas entre 2,5 milhões e 5 milhões de toneladas, conforme variações apontadas por consultorias do setor, além das perdas não quantificadas dos estoques em silos e armazéns.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgou um ligeiro aumento de 100 mil toneladas na estimativa da safra de soja do Brasil, chegando a 153,9 milhões de toneladas. No entanto, este aumento não considerou os possíveis impactos das enchentes no Rio Grande do Sul.
Analistas sugerem que a redução nas exportações de soja devido às perdas no estado pode resultar em uma competição pela matéria-prima, potencialmente elevando os preços. Isso poderia afetar o farelo, o óleo de soja e o biodiesel, tendo em vista que a soja é uma parte significativa desses produtos.
A quebra na safra já era prevista devido à seca no Centro-Oeste brasileiro e à queda nos preços internacionais da soja. Essa quebra estava sendo compensada pela expectativa de uma safra recorde no Rio Grande do Sul.
As perdas na produção podem levar os agricultores a reduzirem as exportações e aumentarem a oferta no mercado interno. No entanto, ainda é cedo para determinar o impacto total das perdas nas lavouras do Rio Grande do Sul.
Além das questões econômicas, as perdas também têm um impacto significativo nos agricultores locais, que enfrentam não apenas a perda da colheita, mas também danos às suas propriedades e equipamentos. Existe uma preocupação com a possibilidade de os agricultores não conseguirem plantar na próxima temporada devido aos danos causados.