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Nesta terça-feira (4), o dólar fechou em alta, atingindo seu maior nível em mais de um ano, à medida que investidores monitoraram uma série de indicadores econômicos.
No Brasil, a atenção foi voltada para o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou um crescimento de 0,8% em comparação aos três meses anteriores.
No cenário internacional, o foco esteve na política monetária de países desenvolvidos, com destaque para a divulgação de novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos e a aguardada decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE), prevista para quinta-feira (6).
O principal índice acionário da bolsa de valores brasileira (B3), o Ibovespa, fechou em queda.
**Resumo dos mercados**
**Dólar**
O dólar avançou 0,98%, sendo cotado a R$ 5,2850. Durante o dia, a moeda atingiu a máxima de R$ 5,2961, o maior nível desde 23 de março de 2023, quando fechou a R$ 5,2884. Com este resultado, a moeda norte-americana acumulou uma alta de 0,68% na semana e no mês, e de 8,91% no ano. Na segunda-feira (3), o dólar havia caído 0,30%, cotado a R$ 5,2335.
**Ibovespa**
O Ibovespa recuou 0,19%, fechando aos 121.802 pontos. Com esse desempenho, o índice acumula quedas de 0,24% na semana e no mês, e de 9,23% no ano. Na segunda-feira, o índice havia encerrado com uma leve queda de 0,05%, aos 122.032 pontos.
**Principais fatores que influenciam o mercado**
O destaque desta terça-feira foi o PIB do Brasil, que cresceu 0,8% no primeiro trimestre em relação ao trimestre anterior, e 2,5% na comparação anual, impulsionado principalmente pelo setor de serviços, que teve alta de 1,4%. A agropecuária também registrou crescimento significativo, com variação positiva de 11,3%, enquanto a indústria apresentou uma leve queda de 0,1%.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, comentou que o crescimento econômico do trimestre foi impulsionado pela demanda interna. Entretanto, ela destacou que houve uma mudança na contribuição do setor externo, com as importações (6,5%) superando significativamente as exportações (0,2%), o que acabou impactando negativamente o PIB. Esse fenômeno foi favorecido por um dólar mais barato, que facilitou as importações, especialmente de bens de capital, enquanto a demanda global por commodities exportadas pelo Brasil permaneceu baixa.
Nesta semana, dados da indústria e da balança comercial brasileira também estão no radar dos investidores.
No cenário internacional, a política monetária continua a ser o centro das atenções. Nos Estados Unidos, novos dados do mercado de trabalho são aguardados, buscando sinais sobre o futuro dos juros na maior economia do mundo. Na semana passada, o índice de preços PCE — a medida de inflação preferida pelo Federal Reserve (Fed) — subiu 2,7%, enquanto o PIB do primeiro trimestre cresceu 1,3%, abaixo das expectativas de 1,6%. Estes números reforçaram a expectativa de que o Fed possa iniciar um ciclo de cortes nos juros a partir de setembro. Além disso, o índice ISM industrial dos EUA caiu para 48,7% em maio, indicando contração na atividade manufatureira.
Os investidores também aguardam a decisão de política monetária do BCE na quinta-feira (6), com expectativa de que a instituição inicie um ciclo de corte de juros na região. Na China, os dados da balança comercial de maio devem ser divulgados na sexta-feira (7).