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A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deve considerar seu futuro ao discutir a redução das taxas de juros e ao criticar a equipe econômica do atual governo. Tebet destacou que tal consideração é crucial para a credibilidade de um Banco Central autônomo.
Em entrevista ao jornal O Globo, logo após se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Tebet comentou: “Quando falo de autonomia, estou falando dos dois lados, inclusive do próprio presidente Roberto Campos Neto, que tem de entender que, por enquanto, ainda é presidente do Banco Central — que nós aprovamos, com o meu voto, que é autônomo”.
A ministra salientou que as críticas sobre o pedido de redução rápida dos juros, feitas pela equipe econômica ou pelo governo, também devem ser aplicadas ao presidente do BC. “Até o fim do ano ele é presidente do BC. Que ele leve isso em consideração, independentemente de ter quaisquer pretensões políticas futuras ou mesmo imediatas. Se vai ser secretário de Fazenda, se pretende ser ministro etc. Que isso seja levado em conta para a própria credibilidade do BC autônomo”, afirmou.
Respondendo a uma pergunta sobre a queda da taxa Selic, Tebet ressaltou que essa decisão cabe ao Comitê de Política Monetária (Copom) e que a medida requer responsabilidade e maior autonomia.
Ainda na entrevista, Tebet comentou sobre o encontro de Campos Neto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, durante um jantar no Palácio dos Bandeirantes na última segunda-feira (10/6). Segundo a ministra, ações como essa não são o foco da crítica. “A questão protocolar não é um problema institucional. Não acho que tenha de ser interditado nenhum ambiente para autoridades públicas no Brasil. Não acho que o ministro Haddad não possa falar com o banqueiro ou que não possa estar em um determinado jantar. Mas é a forma como a gente se comporta, aquilo que a gente externaliza que é levado em conta”, completou ela.