Economia

Dólar oscila após críticas de Lula ao Banco Central

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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O mercado financeiro apresenta volatilidade nesta terça-feira (18), com o dólar alternando entre altas e baixas, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticar o Banco Central do Brasil (BC), referindo-se à instituição como a “única coisa desajustada” no país e acusando o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, de “trabalhar para prejudicar o país”.

Em entrevista à Rádio CBN, Lula afirmou: “só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Presidente que tem lado político, que trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está”. As declarações surgem às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para esta quarta-feira (19), que definirá o rumo da Selic, a taxa básica de juros. A expectativa do mercado é que o colegiado mantenha os juros inalterados em 10,50% ao ano.

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Roberto Campos Neto, por sua vez, não se pronunciou diretamente sobre as declarações de Lula até o momento.

**Variação do Dólar e Ibovespa**

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No cenário cambial, às 09h35, o dólar registrava queda de 0,08%, cotado a R$ 5,4169, após atingir R$ 5,444 no pico do dia. No pregão anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,73%, a R$ 5,4214, alcançando R$ 5,4304 no máximo do dia. Com isso, acumula altas de 0,73% na semana, 3,28% no mês e 11,72% no ano.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), iniciou suas operações às 10h, após encerrar o dia anterior com queda de 0,44%, aos 119.138 pontos. O índice acumula quedas de 0,44% na semana, 2,42% no mês e 11,21% no ano.

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**Expectativas e Perspectivas**

As declarações de Lula, somadas às expectativas em torno da reunião do Copom, impactam negativamente os ativos brasileiros, refletindo na desvalorização do real em relação ao dólar. Enquanto investidores aguardam uma manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano, Lula reitera críticas à política monetária, argumentando que o país não necessita de taxas elevadas.

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“Temos uma situação que não requer essa taxa de juros. Taxa proibitiva para investimentos no setor produtivo. É necessário reduzir a taxa de juros compatível com a inflação. A inflação está controlada. Vamos trabalhar com o real”, acrescentou.

Sobre Campos Neto, Lula sugeriu que o presidente do BC tem aspirações políticas e insinuou sua possível entrada para o governo de São Paulo após o término de seu mandato. No entanto, é válido ressaltar que o mandato de Campos Neto termina em 2024, e desde 2021, a legislação brasileira estabelece a autonomia do BC, sem interferência política.

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O contexto fiscal do Brasil também pesa nos mercados, especialmente após Lula aumentar a percepção de que o governo enfrentará dificuldades para reduzir seus gastos. Na entrevista à CBN, ele não detalhou cortes de despesas, mas afirmou que o governo está preparando uma proposta de Orçamento para enviar ao Congresso.

Além disso, a expectativa de juros altos nos EUA por mais tempo também impulsiona o dólar nas últimas semanas. Analistas projetavam um ciclo de cortes nas taxas pelo Federal Reserve (Fed) no início do ano, o que não se concretizou. Agora, espera-se que isso ocorra apenas nos últimos três meses de 2024, dada a resiliência da economia americana durante o primeiro semestre.

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