Em entrevista ao site InvestNews, o ex-bilionário Eike Batista disse acreditar que as suas condenações serão anuladas “nas instâncias superiores” da Justiça brasileira. A entrevista do portal com o empresário foi publicada na tarde desta quata-feira (10).
Eike Batista alega que foi transformado em um troféu da Lava Jato por iniciativa do juiz Marcelo Bretas, que julgou casos relacionados à Lava Jato no Rio de Janeiro (RJ).
“Isso vai ser consertado, tem que ser consertado…é uma loucura o que fizeram, foi um processo medieval”, disse Eike na entrevista. “Tenho certeza que, graças a Deus, nas instâncias superiores, todo mundo enxerga isso com uma clareza absurda”, continuou.
O empresário foi condenado a 30 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. Eike Batista pagou US$ 16,5 milhões em propinas ao ex-governador do Rio Sergio Cabral, de acordo com a condenação. A condenação de Eike foi assinada por Bretas.
No caso de Eike, recentes decisões judiciais parecem estar a seu favor nas instâncias brasileiras superiores. Nos últimos anos, o Dias Toffoli, ministro do STF, tem proferido diversas decisões favoráveis a réus da Lava Jato. Toffoli também se tornou um crítico público da operação.
Além da condenação na Lava Jato, Eike Batista enfrenta outros três processos por manipulação de mercado e insider trading, totalizando 28 anos de prisão e multas que ultrapassam os R$ 900 milhões.
Além disso, o empresário fez um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que envolveu uma pena de quatro anos de prisão: um ano em regime fechado, um ano em prisão domiciliar e dois anos em regime semiaberto. Ele também concordou em pagar uma multa adicional de R$ 800 milhões.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também já impôs multas que se aproximam de R$ 1 bilhão a Eike Batista.
Até o momento, nem as penas foram cumpridas nem as multas foram integralmente pagas pelo ex-bilionário brasileiro.
Eike ainda disse na entrevista acreditar que, uma vez “endereçada” a condenação na Lava Jato, as outras penas também serão anuladas: “Tudo se derruba, que nem um dominó”.