Economia

Copom decide hoje nova taxa Selic; Expectativa é de manutenção em 10,5% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define nesta quarta-feira (31) o novo patamar da taxa básica de juros do Brasil. O mercado financeiro espera a manutenção da Selic em 10,5% ao ano. A quinta rodada de discussões do ano teve início nesta terça-feira (30), e o resultado deve ser divulgado por volta das 18h.

Se confirmada, esta será a segunda manutenção consecutiva da Selic. Na última reunião, em junho, o Copom interrompeu o ciclo de cortes da taxa de juros iniciado em agosto do ano passado. A decisão veio alinhada às expectativas do mercado, considerando os juros nos Estados Unidos, a inflação e o aumento da percepção de risco fiscal no Brasil.

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A velocidade dos cortes da Selic já vinha diminuindo. De agosto de 2023 a março de 2024, o comitê reduziu a taxa em 0,5 ponto percentual a cada reunião. Em maio, a redução foi de 0,25 ponto percentual.

Em comunicado, o Copom reiterou que a Selic deve se manter em patamar elevado por tempo suficiente para que a inflação e suas expectativas retornem à meta.

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A decisão do mês passado ocorreu um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticar o chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto. Lula afirmou, em entrevista a uma rádio, que o presidente do BC não demonstrava “autonomia”, tinha “lado político” e trabalhava para “prejudicar” o país.

“Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante: o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Um presidente que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país. Não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”, declarou Lula na ocasião.

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Na sexta-feira (26), Lula voltou a criticar Campos Neto, questionando se a autoridade monetária tinha respeito pela população. “O cidadão, jovem, bem-sucedido na vida, diz o seguinte: esse negócio de aumento do salário mínimo e da massa salarial crescendo pode gerar inflação. Significa que para não ter inflação, o povo precisa ganhar pouco? É preciso? Será que essa pessoa não tem respeito? Será que as pessoas pensam que alguém ganha salário mínimo porque quer ganhar salário mínimo? Que é pobre porque quer ser pobre? Não”, argumentou.

A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. A prévia da inflação de julho ficou em 0,3%, acima da expectativa do mercado. O IPCA-15 acumulado nos últimos 12 meses teve alta de 4,45%, próximo ao limite superior da meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima (4,5%).

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De março de 2021 a agosto de 2022, o Banco Central elevou a Selic por 12 vezes consecutivas em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. De agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas. Desde agosto de 2023, começaram os cortes de 0,50 ponto percentual em cada reunião, até maio, quando a redução foi de 0,25 ponto percentual, em decisão dividida, com quatro diretores indicados pelo governo Lula votando por um corte maior de 0,50 ponto percentual.

A Selic serve como piso para os demais juros cobrados no mercado e é o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo. Juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, impactando os preços. Quando os juros são reduzidos, o crédito tende a ficar mais barato, incentivando a produção e o consumo.

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A Selic é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais. É a taxa de juros que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo em empréstimos ou financiamentos, resultando em juros superiores aos consumidores.

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