Economia

Bolsa japonesa tem maior queda de sua história diante de temor de recessão nos EUA

Foto: Chickenonline/Pixabay

As ações japonesas registraram sua maior queda diária na manhã desta segunda-feira (05), com temores de uma desaceleração econômica nos Estados Unidos (EUA) impactando mercados globais.

O índice Nikkei 225 das principais ações em Tóquio caiu 4.451 pontos, a maior queda de sua história, encerrando o dia com uma perda de mais de 12%. Desde o início de julho, o índice acumulou uma queda de 25%, entrando em território de mercado de baixa.

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Neil Newman, chefe de estratégia da Astris Advisory em Tóquio, comparou a situação com a “Segunda-feira Negra” de outubro de 1987, quando os mercados globais despencaram e o Nikkei perdeu 3.836 pontos. Os temores de uma desaceleração econômica nos EUA aumentaram as expectativas de que o Federal Reserve precisará cortar as taxas de juros, enquanto o Banco do Japão (BOJ) aumenta suas taxas para conter a inflação, valorizando o iene em relação ao dólar e tornando as ações japonesas menos atraentes.

Simultaneamente, as ações de tecnologia foram prejudicadas por lucros mistos e crescente ceticismo entre investidores sobre a inteligência artificial. Stephen Innes, sócio-gerente da SPI Asset Management, destacou o efeito de contágio dos temores econômicos nos EUA e a severa queda nos mercados de Tóquio. As negociações foram interrompidas várias vezes no Japão e na Coreia do Sul devido a disjuntores que evitam vendas por pânico.

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Newman observou que a ausência de uma recuperação no final do dia, comum devido à cobertura de posições vendidas, tornou a situação mais atípica. A volatilidade se espalhou para outros mercados na Ásia e Europa, com futuros das ações dos EUA caindo acentuadamente. O índice Stoxx Europe 600 caiu 2,5% pela manhã, acumulando uma perda de 6% nos últimos cinco dias, alcançando mínimas vistas pela última vez em fevereiro.

Mohit Kumar, economista da Jefferies, comentou que os recentes movimentos do mercado foram influenciados pela venda de ações, especialmente no setor de tecnologia dos EUA, que estava supervalorizado. Na Ásia, o Taiex de Taiwan caiu 8,4%, o Kospi da Coreia do Sul 8,8%, o S&P/ASX 200 da Austrália 3,7%, o Hang Seng de Hong Kong 2,3% e o Shanghai Composite da China 1,3%.

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A volatilidade no Japão começou na semana passada, após o BOJ aumentar as taxas de juros pela segunda vez no ano e anunciar planos para reduzir suas compras de títulos. O Nikkei caiu 5,8% na sexta-feira devido a preocupações com um iene mais forte prejudicando exportadores japoneses. A rápida valorização do iene forçou muitos investidores a desfazer o carry trade, uma estratégia popular de negociação. Na semana passada, o iene subiu quase 5% em relação ao dólar e, na segunda-feira, ganhou mais 2,2%, negociado a 143,3 por dólar.

Innes afirmou que a valorização do iene desencadeou uma reversão global das operações de carry trade, transformando a turbulência do mercado em uma “avalanche total” devido às ações agressivas do BOJ, desaceleração econômica chinesa e fracos resultados do setor de tecnologia dos EUA. Na semana passada, a China informou que seu PMI industrial oficial caiu em julho, indicando fraqueza contínua na atividade fabril.

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Nos EUA, a Amazon relatou na quinta-feira uma queda nos lucros do segundo trimestre e uma previsão decepcionante para o terceiro trimestre. A Intel, no mesmo dia, anunciou uma perda de US$ 1,6 bilhão no segundo trimestre e planos para cortar 15% de sua força de trabalho. Na sexta-feira, as ações dos EUA já haviam fechado em baixa devido a dados de emprego fracos, aumentando os temores de um enfraquecimento econômico. O Dow caiu 1,5%, o S&P 500 perdeu 1,8% e o Nasdaq Composite caiu 2,4%, entrando em território de correção.

O índice de Medo e Ganância da CNN caiu para “medo” com leitura de 27. Outros mercados também mostraram nervosismo, com os preços do petróleo atingindo seus níveis mais baixos desde janeiro. Os futuros do petróleo Brent e WTI caíram mais de 3%.

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O chefe global de análise de energia do Oil Price Information Service, Tom Kloza, indicou que, apesar das ameaças de um conflito mais amplo no Oriente Médio, os preços do petróleo poderiam se estabilizar. As criptomoedas também foram afetadas, com o Bitcoin caindo mais de 12%, sendo negociado abaixo de US$ 53.000.

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