O dólar fechou nesta segunda-feira (05) cotado a R$ 5,74, registrando uma alta de 0,56%. Este valor é o mais alto desde 20 de dezembro de 2021 e representa um recorde no atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que começou em janeiro de 2023.
Durante o dia, a moeda norte-americana atingiu uma máxima de R$ 5,864 e uma mínima de R$ 5,713, em um dia apelidado de “segunda-feira sangrenta”.
Pela manhã, o mercado temia que o câmbio ultrapassasse R$ 5,80, valor não visto desde maio de 2020, no auge da crise econômica causada pela pandemia de covid-19.
A alta do dólar ocorreu em meio a um dia de tensão nos mercados globais, impulsionada pelo temor de uma recessão nos Estados Unidos.
Na sexta (02), a criação de empregos no país desacelerou mais do que o esperado, gerando pessimismo no mercado. Esse cenário reforçou a percepção de que o Fed (Federal Reserve) deveria já ter iniciado cortes nas taxas de juros.
Na quarta (31), o Fed manteve a taxa básica de juros entre 5,25% e 5,50%, mesma faixa desde julho de 2023. No entanto, sinalizou a intenção de reduzir as taxas na próxima reunião, em setembro. Especulações ao longo do dia sugeriram a possibilidade de uma antecipação dessa redução.
Além dos Estados Unidos, a política monetária do Japão também contribuiu para a desvalorização do real frente ao dólar. Na quarta (30), o BoJ (Banco do Japão) elevou a taxa de juros de curto prazo para 0,25%, tornando-a positiva pela primeira vez em mais de oito anos.
Essa movimentação pressiona o real devido às operações de carry trade, onde investidores tomam dinheiro a uma taxa de juros baixa no Japão e aplicam em países com juros mais altos, como o Brasil.