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Os Estados Unidos (EUA) concluíram na quinta-feira (26) uma operação para desmantelar uma rede global de criptomoedas operada pela Rússia, destinada a contornar sanções internacionais. A ação resultou na apreensão de US$ 800 milhões (equivalente a R$ 4,3 bilhões na cotação atual) em ativos.
Em comunicado, o Departamento de Justiça dos EUA informou que a operação foi realizada em colaboração com diversas autoridades norte-americanas e internacionais, visando combater operações de lavagem de dinheiro relacionadas à Rússia. Dois cidadãos russos foram indiciados durante a ação. As autoridades afirmaram que esses indivíduos supostamente embolsaram milhões de dólares por meio de uma extensa lavagem de dinheiro e alimentaram uma rede de cibercriminosos globalmente. Sergey Ivanov, um dos acusados, é suspeito de facilitar as atividades de traficantes de drogas e operadores de ransomware na dark web.
A investigação revelou que os russos trabalhavam em parceria com “parceiros holandeses” e operavam a Cryptex, uma corretora ilícita de criptomoedas usada para lavar dinheiro e burlar sanções internacionais contra a Rússia. Segundo o comunicado, a Cryptex oferecia aos clientes cibercriminosos um ambiente seguro para realizar a lavagem de seus rendimentos ilícitos de forma anônima. A operação resultou no bloqueio dos servidores da exchange e na apreensão do montante bilionário em criptomoedas sob sua custódia.
Empresas de análise de blockchains que colaboram com as autoridades norte-americanas identificaram pelo menos 37,5 mil transações com bitcoin relacionadas à Cryptex, totalizando cerca de US$ 1,4 bilhão na época em que essas transações ocorreram.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em outro comunicado, afirmou que as ações visam combater a evasão das sanções russas e destacaram que a operação foi capaz de causar uma disrupção significativa na rede global de criptomoedas da Rússia, em coordenação com parceiros internacionais. Esse movimento se dá em um contexto de intensificação dos esforços da Rússia para adotar criptomoedas como forma de driblar as sanções ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia. Especialistas apontam que o país está desenvolvendo uma “infraestrutura de cripto” com esse propósito.