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No 3º trimestre de 2024, o número de empresas em recuperação judicial no Brasil aumentou para 185, totalizando 4.408 companhias nessa situação. A recuperação judicial, destinada a empresas que precisam suspender e renegociar dívidas, foi tema de um levantamento realizado pela consultoria RGF, que utilizou dados da Receita Federal e excluiu microempreendedores individuais (MEIs), organizações não governamentais (ONGs) e empresas estatais de sua análise.
A consultoria vem conduzindo essa análise trimestralmente desde o segundo trimestre de 2023, período em que 3.823 empresas buscaram o recurso para manterem-se ativas. Desde então, a quantidade de recuperações judiciais vem crescendo a cada trimestre. No segundo trimestre de 2024, 4.223 empreendimentos encontravam-se nessa situação.
O crescimento ocorre apesar de dados positivos na geração de empregos formais e na criação de empresas, com o painel Mapa de Empresas, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, indicando 93 mil novas empresas e 47 mil encerradas no ano, excluindo-se os MEIs.
Entre julho e setembro, 433 empresas ingressaram em processos de recuperação judicial, enquanto 247 concluíram o processo. Destas, 62% voltaram a operar normalmente, e 7% decretaram falência. Os dados referem-se a matrizes de empresas de pequeno, médio e grande portes. Segundo o analista Rodrigo Gallegos, da RGF, após uma redução no ritmo de crescimento dos processos nos dois primeiros trimestres, o terceiro trimestre apresentou uma aceleração de 4,4% no total de empresas em recuperação.
O levantamento também destacou uma tendência de aumento nos processos de recuperação no Rio Grande do Sul, influenciada pelos impactos das enchentes sobre os negócios locais. Em Minas Gerais, observou-se um crescimento de 47 processos, passando de 250 para 297 empresas em recuperação judicial. Já em São Paulo, estado com o maior número de CNPJs ativos, houve uma leve queda, com o total de empresas em recuperação diminuindo de 1.279 para 1.255.
A expectativa da consultoria é que o número de processos de recuperação continue a subir nos próximos meses, devido à manutenção da taxa Selic em dois dígitos, o que pressiona empresas altamente endividadas em um contexto de crédito escasso, conforme apontou Gallegos.