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Em conversa gravada, a ex-direção do Pros dizia esperar receber R$ 200 milhões do coach empresário Pablo Marçal, candidato à Presidência da República pela legenda. A gravação foi obtida pela Folha de S. Paulo.
Segundo a conversa, o então presidente da sigla, Marcus Holanda, diz que Marçal havia prometido o dinheiro por meio de uma “vacona” de R$ 100, R$ 200 que iria realizar com alunos de cursos motivacionais e com seus mais de 2 milhões de seguidores no Instagram.
Na conversa, Holanda trata com um interlocutor sobre a divisão entre os estados dos R$ 90 milhões de verba pública que a sigla terá de fundo eleitoral.
Seriam R$ 15 milhões para MG, R$ 15 milhões para o Paraná e R$ 5 milhões para outros 12 estados. Nada para a candidatura presidencial.
Nesse momento da conversa, ele diz ao interlocutor de onde poderia vir mais dinheiro: “Não adianta inventar, de onde pode vir mais dinheiro aqui? Da vaquinha. De qual vaquinha? Da ‘vacona’ do Pablo. Porque se o cara me vende que tem 2 milhões de seguidores, que vende curso de R$ 2.000 até R$ 8.000, não consegue arrecadar R$ 100, R$ 200?”.
“Garantidos para mim é R$ 200 milhões. Ele disse que vai me dar lá para o partido. E esse R$ 200 milhões eu vou falar para onde é para mandar. Aí nós vamos triplicar esse valor aqui, ou quadruplicar [o valor do fundo eleitoral]”, completou.
Na gravação, Holanda afirma que teve uma conversa dias antes com Pablo, que confirmou a proposta e que topou também realizar um curso para conseguir mais dinheiro para o partido.
Procurado, Pablo Marçal negou ter feito a promessa: “Quanto? R$ 200 milhões? [Dá risadas] Não consigo nem responder, só rindo. Zero, zero, isso deve ser expectativa da cabeça dele. Absolutamente, não faz sentido nenhum”.
Em nota, Holanda disse que as vaquinhas são previstas em lei e que são um reforço aos recursos já previstos para as campanhas eleitorais: “Ou seja, a vaquinha eleitoral é um modo lícito, justo e incentivável de arrecadação. Como a figura do Pablo Marçal é cativante, com toda a sua história de vida e profissional, nos fez acreditar no potencial para nos ajudar a superar a cláusula de barreira [regra que sufoca partidos com pouca votação]”.
Arrecadação por meio de vaquinhas são permitidas pela legislação eleitoral, sem limite de valor, desde que obedecidas algumas regras, entre elas a de que ninguém pode doar mais do que 10% dos rendimentos brutos recebidos e a de que a arrecadação tem que ser feita por empresa previamente cadastrada e aprovada.
Além disso, há limite de gasto para cada tipo de candidato.