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Em entrevista ao Estadão publicada nesta segunda-feira (24), Dinho Ouro Preto, líder do Capital Inicial, falou sobre suas convicções políticas e o papel da banda na sociedade. O músico se autodeclarou de centro-esquerda e expressou preocupação com o extremismo, mas também ressaltou que o Capital Inicial não deve ser usado como palanque político.
“Olha, eu digo o que penso. Me considero de centro-esquerda. O extremismo me preocupa. Durante as últimas eleições, eu e várias outras pessoas que não são petistas, Simone Tebet, Alckmin, FHC, apoiamos o Lula por perceber o perigo que o Bolsonaro representava”, disse Dinho.
Ele reconhece que o apoio a Lula gerou perda de seguidores nas redes sociais, mas defende o direito de se posicionar em momentos críticos da história do país. “De fato havia perigo, tanto que em 8 de janeiro os caras tentaram dar um golpe. Antes da eleição, fiz o L, perdi dezenas de milhares de seguidores. Em alguns momentos críticos da história do Brasil você precisa se pronunciar. Somos de uma geração engajada, mas também não quero que o Capital vire um palanque. Eu não sou um ativista, sou um músico.”
Dinho também ponderou sobre as diferenças dentro dos espectros políticos. “Agora, você não pode achar que metade do Brasil que votou no Bolsonaro é fascista. Não é possível, não dá para ser. Uma grande fatia disso engloba os antipetistas, os conservadores… Mas daí a dizer que são fascistas é extrapolar. Do mesmo jeito que isso vale para a esquerda também. Você tem dentro do PT gente bastante simpática a regimes totalitários. Inclusive, o Lula volta e meia faz elogios a autocracias, algo que tenho dificuldade de engolir. Mas usar a palavra ‘comunista’ para servir a todo mundo da esquerda me parece incorreto. E o inverso também me parece errado. Nem todo mundo que é de direita é fascista. No entanto, há uma parte da direita que foi acampar na frente dos quartéis. Esses aí… não sei bem, me lembram um pouco o integralismo”, disse o músico.