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O apresentador da TV Globo, Luciano Huck, criticou na sexta-feira (30) a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou a suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil. Durante um seminário promovido pelo grupo empresarial Esfera Brasil, no Rio de Janeiro, Huck, que conta com 13 milhões de seguidores na rede social, manifestou sua preocupação com as consequências dessa medida.
Para Huck, ações como essa geram insegurança jurídica e podem afastar investidores estrangeiros do país. “Sou contra o que aconteceu hoje [sexta-feira]. Acho muito ruim para o Brasil quando você mistura o Judiciário de forma tão imperativa no dia a dia das empresas. Isso afugenta investimentos do Brasil, cria uma insegurança jurídica que não é necessária”, declarou o apresentador. Ele ainda acrescentou que a instabilidade nas regras pode desmotivar futuros investimentos no Brasil: “Cada vez que o investidor fala que vai investir no Brasil, a regra pode mudar amanhã. A gente ter segurança jurídica é necessário. A gente tem que sentar, dialogar e entender as mudanças.”
Huck também comentou sobre as mudanças sociais e culturais no país, destacando que “O Brasil mudou. É hoje um país muito mais conservador, evangélico, onde a agenda de costumes de fato faz muita diferença. A gente tem que respeitar isso. Quem pensa diferente da gente não é nosso inimigo. Ter a paciência de ouvir é fundamental. Qualifica o debate e a democracia.” Apesar de ser frequentemente questionado sobre uma possível candidatura política, Huck evitou dar uma resposta direta, mas enfatizou a importância de participar do debate público e da necessidade de o governo atuar para reduzir as desigualdades sociais no Brasil.
A suspensão do X foi determinada por Alexandre de Moraes na noite de sexta-feira (30), com a ordem de “suspensão imediata, completa e integral do funcionamento” da rede social em todo o território nacional. Além disso, o ministro impôs uma multa diária de R$ 50 mil para pessoas e empresas que tentarem burlar o bloqueio utilizando métodos tecnológicos, como VPN. A decisão estipula que a rede social de Elon Musk permanecerá fora do ar até que todas as ordens judiciais sejam cumpridas, as multas acumuladas — que já somam R$ 18,3 milhões — sejam pagas, e a empresa nomeie um representante legal no Brasil, conforme exige o Código Civil brasileiro.