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Deputados do PP, PRB e Podemos, partidos do chamado “centrão”, negaram que exista uma discussão para aprovação de uma reforma da Previdência desidratada que não garanta a reeleição de Jair Bolsonaro. “Meu partido jamais discutiu isso. O Paulinho faz um jogo baixo e sujo”, afirmou o deputado federal e vice-líder do governo, Celso Russomano (PRB).
A polêmica apareceu mais cedo, nesta quarta-feira (1°), quando o líder do Força Sindical e deputado federal pelo Solidariedade, Paulinho da Força, declarou que a desidratação da reforma teria como objetivo tirar as chances do atual presidente na disputa de 2022. Paulinho ainda defendeu uma reforma que promova uma economia máxima de R$ 600 bilhões.
Russomano afirmou que “não existe uma máfia trabalhando ao contrário da reforma” e que “isso é uma especulação ruim para o país”. O deputado do PRB ainda declarou que não é o momento de se pensar em ideologias, mas na necessidade da reforma. “Dizer que isso está ligado a reeleição é uma besteira.”
Para o vice-líder do Podemos, deputado federal Roberto de Lucena, “não faz sentido desidratar e prejudicar a reforma em nome de uma disputa eleitoral.” No entanto, o deputado admitiu que cerca de R$ 300 bilhões em economia com a reforma podem ser perdidos. Lucena colocou na conta a retirada de pontos da proposta como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a aposentadoria rural e a revisão da regra de transição.
Já o vice-líder do PP, o deputado federal Fausto Pinato, afirmou que a declaração de Paulinho foi “infeliz” e que não se pode generalizar o centrão. “Não somos uma unidade”, disse. O deputado, no entanto, ressaltou que a falta de interlocução entre governo e Congresso ainda incomoda os parlamentares. “Só tem espaço no governo para a panela do Onyx Lorenzoni”, afirmou Pinato, esclarecendo que o grupo é composto apenas por partidários do DEM e PSDB.
O deputado defendeu ainda que não há incentivo para parlamentares do norte e nordeste do país apoiarem a reforma: “Muitos colegas nossos não se reelegeram porque apoiaram pautas do governo Michel Temer que a população não concorda.” Por fim, Pinato declarou que o governo errou em dar muito poder para a Casa Civil. “Pode acontecer da reforma não ter votos ou ficar fatiada, porque os deputados estão contrariados”, disse.