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O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite de quarta-feira que as manifestações convocadas para domingo a favor do governo são um movimento espontâneo cuja pauta “não tem nada de anormal”, mas reiterou que não irá comparecer aos atos.
“É um movimento espontâneo, eu respeito a soberania popular. Eles têm uma pauta definida e essa pauta não tem nada de anormal, é um direito da população de se manifestar”, disse Bolsonaro a repórteres após participar de cerimônia na embaixada de Israel.
Na manhã desta quinta-feira, em café da manhã com jornalistas convidados, ao ser questionado sobre o fato de alguns grupos falarem em fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro afirmou, segundo relatos dos presentes, que essas pessoas estão “na manifestação errada” e que esses temas estariam mais para o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e não cabem no Brasil.
Os atos de domingo foram chamados por apoiadores de Bolsonaro para se contrapor às manifestações do último dia 15 contra bloqueio nos recursos para a Educação, no que acabou se tornando um ato contra o governo. O presidente inicialmente chegou considerar comparecer, mas depois decidiu não participar.
Perguntado se havia orientado ministros a também não comparecerem, Bolsonaro afirmou: “Todo mundo é maior de idade e sabe o que faz. Eu não comparecerei”.
Os filhos do presidente, especialmente o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, têm defendido as manifestações. Mas o ato, que surgiu de grupos de apoiadores nas redes sociais, tem causado divergência dentro do próprio partido de Bolsonaro, o PSL.
O presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), afirmou que não vê sentido nas manifestações, mesmo achando que qualquer ato popular é “válido”. A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse não ser contra, mas defendeu que parlamentares não devem participar, enquanto o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), disse que estará na Avenida Paulista, no domingo, “como cidadão”.
A grande polêmica em torno da manifestação está no fato de as primeiras convocações terem centrado fogo no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive falando em fechamento das duas instituições.
O tom belicoso afastou movimentos e dividiu a direita, a ponto de grupos tradicionais em outros atos, como o MBL e o Vem para Rua, terem avisado que não irão participar.
Os defensores do ato têm tentado amainar o tom do protesto, que deve agora focar na defesa do governo e da reforma da Previdência, e centrar fogo no chamado centrão, grupo do Congresso apontado como o vilão que tem impedido o governo de avançar.
*Com Reuters