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Na manhã desta terça-feira (08) em conversa com apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que pediu uma investigação sobre os registros de óbitos causados pela Covid-19 no país.
O presidente afirmou que há um “enorme” e “fortíssimo” indício de supernotificação das mortes. Ele disse ainda que o governo deve “ir para cima” e apurar os estados que inflaram os números da pandemia para receber mais recursos federais.
Segundo Bolsonaro, a intenção de investigar a notificação das mortes causadas pelo novo coronavírus foi conversada com o advogado geral da União, ministro André Mendonça, com quem se reuniu no Palácio da Alvorada nesta manhã. A investigação poderá ser conduzida pela CGU (Controladoria Geral da União).
“Estava conversando agora com o advogado geral da União [ministro André Mendonça], veio tomar café comigo aqui. O que o governo pode fazer via Advocacia Geral da União [é] fazer uma investigação em cima disso. Desculpa aqui, a Controladoria Geral da União fazer, então, um trabalho em cima disso aí”, disse para apoiadores na saída da residência oficial.
Na conversa com apoiadores, Bolsonaro admitiu ter errado ao atribuir ao TCU (Tribunal de Contas da União) a informação de que 50% das mortes atribuídas à covid-19 em 2020 não teriam sido causadas pela doença. O próprio tribunal desmentiu a informação. Bolsonaro disse nesta 2ª feira (7.jun) que iria divulgar um relatório do TCU, que não era “conclusivo“, mas indicava a supernotificação das mortes no ano passado.
“Há um indício fortíssimo [de supernotificação]. Vocês devem ter visto muitos vídeos no WhatsApp de pessoas falando ‘meu pai, meu avô, meu tio, meu irmão não morreram de covid’ E botaram covid por quê? Havia, poderia estar havendo, como o próprio TCU previu – não em tabela, previu em acórdão – que isso ia acontecer“, disse. “Agora, nós vamos para cima para exatamente apurar quais estados fizeram supernotificação em busca de mais dinheiro“, declarou.
Para o presidente, o superdimensionamento do número de mortes causados pela covid-19 teve como objetivo justificar a necessidade de mais recursos federais para estados e municípios direcionados para o combate da crise sanitária.
Além disso, seria ainda uma justificativa para os governos locais adotarem medidas restritivas.
“Quem pagou a conta alta com isso, com essas políticas de supernotificação, que tinham que ser justificadas com lockdown e toque de recolher? O mais pobre que perdeu sua renda“, disse.
Desde o início da crise sanitária, Bolsonaro tem questionado o número de mortes causados pela covid-19 no Brasil.