Coronavírus

Gerente de Medicamentos da Anvisa diz que não recomenda CoronaVac para crianças

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Na tarde desta quarta-feira (18), o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, disse que não recomenda a autorização da CoronaVac para aplicação em crianças a partir dos 3 anos.

O pedido foi feito pelo Butantan. Em apresentação transmitida ao vivo, Mendes ressaltou que sua avaliação é com base em “um retrato do momento; dados adicionais, dados robustos e informações mais consistentes podem ser apresentadas para que a gente reconsidere essa sugestão no momento”.

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Mendes fez duas apresentações separadas: primeiro, sobre os dados já apresentados pelo Butantan.

Segundo Mendes, informações enviadas pelo Butantan sobre a imunogenicidade da Coronavac “possuem limitações por terem sido obtid[a]s em ensaios [clínicos] não validados”, que usaram kits inadequados para a medição da resposta imunológica.

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“Se a gente não confia no método que foi utilizado, se a gente sabe que esse método não é adequado para gerar essa resposta, como saber se essa resposta é real?”, questionou Mendes.

Mendes também afirmou que o Butantan não usou o padrão de referência internacional de imunoglobulina contra o SARS-Cov-2 (ou seja, o novo coronavírus), o que para ele também prejudica a confiabilidade dos resultados. Além disso, as avaliações de respostas imunes foram realizadas em prazos curtos após a aplicação da Coronavac, o que limita o entendimento sobre a persistência dos anticorpos. Finalmente, foram usadas amostras de pequena quantidade de voluntários.

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O Butantan complementou o pedido com estudos feitos na China, com duas e também com três doses.

Os dados com o mesmo tipo de dosagem aplicada no Brasil mostram queda na resposta imune após seis meses.

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“Há uma diminuição expressiva no título de anticorpos ao longo do tempo, em até seis meses de avaliação”, disse Mendes. “Vinte e oito dias após a 2ª vacinação, a gente tem uma titulação média de 26.2. E seis meses após a 2ª vacinação, a gente tem uma titulação média de de 4.1”.

Mendes ressaltou que esses dados iniciais não necessariamente significam redução na proteção oferecida pela vacina.

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“São dados exploratórios. A gente está falando de estudos de fase I/II, a gente não está falando de dados de fase III [com grande quantidade de voluntários]. Então é claro que a gente vê esses resultados como importantes (…) mas não são dados que podem indicar ou podem sugerir qualquer questão regulatória (…) Não existe até o momento o que a gente chama de correlato imune de proteção”, acrescentou, ou seja, um número de anticorpos que define se uma vacina contra Covid protege ou não.

Mendes também descartou a relevância para o caso brasileiro de estudos feitos com a Coronavac no Chile e na Turquia, por terem sido realizados em contextos diferentes.

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O gerente-geral também destacou que a Anvisa ainda não recebeu do Butantan dados importantes, como sobre o perfil de decaimento dos anticorpos ao longo do tempo, a imunogenicidade induzida pela Coronavac e resultados sobre vacinados que contraíram a Covid.

Apesar das informações que faltam, Mendes entendeu que o “perfil benefício-risco” da vacina ainda é favorável.

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Em seguida, Mendes passou a discutir a proposta de aplicar a Coronavac em crianças a partir dos 3 anos. 

O gerente considerou que os dados ainda são insuficientes sobre segurança e eficácia da vacina em crianças.

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A recomendação ainda vai a voto da Diretoria Colegiada, que está reunida na tarde desta quarta (18).

No começo de junho, a China aprovou o uso da Coronavac em crianças a partir dos 3 anos.

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Até hoje, a única vacina contra Covid aprovada para menores no Brasil é a da Pfizer, que tem indicação em bula para uso a partir dos 12 anos de idade.

*Com informações de O Antagonista

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