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O uso do medicamento fluvoxamina para o tratamento de pacientes ambulatoriais de alto risco e que tiveram o diagnóstico precoce de Covid-19, reduziu as necessidades de hospitalização ou de observação prolongada em emergências.
A constatação se baseia em resultados de um ensaio clínico publicados no periódico científico The Lancet Global Health, nesta quarta-feira (27).
O estudo foi conduzido por pesquisadores do CardResearch, de Belo Horizonte, em Minas Gerais, da Universidade McMaster, do Canadá, e da Universidade Washington, do Missouri, nos EUA.
A pesquisa contou com a participação de 1.497 brasileiros que tiveram teste positivo para a Covid-19 e que não haviam sido vacinados. Eles apresentavam sintomas e tinham pelo menos um critério adicional de alto risco.
Como fatores de risco, a pesquisa considerou quadros de diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, doença pulmonar, asma, tabagismo, obesidade, transplantes, câncer, entre outros.
Os voluntários foram distribuídos em dois grupos, sendo que 741 pessoas receberam 100mg de fluvoxamina duas vezes ao dia, durante dez dias; enquanto 756 indivíduos receberam placebo, uma substância sem qualquer tipo de efeito para o organismo. Os participantes foram observados por 28 dias após o tratamento.
Entre os participantes que receberam o medicamento, 79 precisaram permanecer por mais de seis horas em um ambiente de emergência ou de hospitalização – uma taxa de 10,6%. Entre os que receberam o placebo, o índice chegou a 15,7%, com um total de 119 pessoas.
Segundo o estudo, os resultados demonstraram uma redução absoluta no risco de hospitalização prolongada ou atendimento de emergência prolongado de 5% e uma redução do risco relativo de 32%.
Em relação à mortalidade, os pesquisadores verificaram que, entre os pacientes que tomaram pelo menos 80% das doses da medicação, houve apenas uma morte – em comparação com 12 óbitos registrados no grupo que não recebeu o medicamento.
“Nossos resultados são consistentes com ensaios anteriores menores. Dada a segurança, tolerabilidade, facilidade de uso, baixo custo e ampla disponibilidade da fluvoxamina, esses achados podem ter uma influência importante nas diretrizes nacionais e internacionais sobre o manejo clínico da Covid-19”, afirmou o pesquisador Gilmar Reis, um dos autores do estudo, em um comunicado.