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Na tarde desta quinta-feira (20), o 5º diretor da Anvisa, Alex Machado Campos, afirmou que a petição da AGU sobre vacinação infantil irregular contra a Covid-19 causou “estranheza” e que os dados poderiam ser utilizados para ampliar o debate sobre o aperfeiçoamento da imunização.
Em documento ao STF, a AGU afirmou que aproximadamente 20 mil crianças foram vacinadas contra Covid-19 de maneira irregular nos estados e municípios brasileiros.
A pasta ainda pede a suspensão de campanhas de imunização que estejam em desacordo com as diretrizes do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra o coronavírus.
Na visão do gestor, as informações da AGU foram utilizadas para criar uma “contenda entre estados e municípios”.
Alex Campos ainda acusou o governo de usar a AGU para tentar um “golpe” na vacinação de crianças.
“A petição da AGU, ela é uma espécie de obscurantismo institucional. É um tipo de golpe ao início da vacinação de crianças, naquilo que é o mais caro, que é o direito delas, assegurado pela Constituição Federal, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente“, disse Campos em reunião da Anvisa sobre a autorização da CoronaVac para crianças e adolescentes.
“Me causou muita, mas muita, muita estranheza, para não dizer perplexidade, a petição apresentada pela Advocacia-Geral da União no dia 18 de janeiro, nos autos de duas ADPFs [Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental], que a pretexto de emoldurar um conjunto de argumentos jurídicos que parecem absolutamente corretos, que emprestam eventualmente verossimilhança aos fatos apresentados, muito estranha que uma instituição que tem o respeito do país, que tem o respeito dos advogados como eu, que a AGU tenha sido utilizada para promover uma espécie de desqualificação, de desconstrução do Sistema Único de Saúde brasileiro”, acrescentou o diretor.
“Ela [a petição da AGU] surge como uma forma de desafiar o SUS”, completou.
Campos está falando do esforço em mobilizar a AGU contra a vacinação obrigatória de crianças. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em vigor desde 1990, prevê a vacinação obrigatória de crianças.