Coluna

Existe cinema na Coreia do Norte?

Em países comunistas — aqueles exaltados por idiotas úteis de universidades federais espalhadas pelo Brasil — não existe liberdade de expressão, tampouco liberdade artística. Você já se perguntou se o povo norte-coreano tem acesso ao cinema? Na realidade, sim. Porém, as produções permitidas pelo regime norte-coreano estão longe do modelo de cinema como conhecemos.

Na Coreia do Norte, a “arte” serve unicamente como instrumento de propaganda ideológica, exaltação do regime e da imagem do ditador e é 100% controlada pelo Estado.

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O regime exerce um controle rigoroso sobre qualquer produção artística, incluindo cinema, literatura, teatro, música e outras formas de expressão. Órgãos governamentais, comitês de censura ou departamentos culturais supervisionam tudo e são responsáveis por aprovar qualquer conteúdo antes de sua divulgação, garantindo que elas estejam em conformidade com os interesses da ditadura.

Podemos resumir o “cinema” da Coreia do Norte como mentiroso e manipulador — como praticamente qualquer coisa relacionada ao comunismo. Os filmes produzidos por lá frequentemente retratam genocidas como Kim Il-sung, Kim Jong-il e Kim Jong-un, como figuras heroicas, carismáticas e salvadoras. Sob as lentes do próprio Estado, ditadores cruéis se transformam em líderes sábios e benevolentes que protegem o povo de falsas ameaças imperialistas.

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Cinema para mim, propaganda estatal barata para vocês

Kim Jong-il, ditador da Coreia do Norte entre 1994 e 2011, era conhecido por ser um grande entusiasta do cinema. O pai de Kim Jong-Un tinha um interesse profundo por filmes e demonstrou uma paixão particular pela indústria cinematográfica.

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Ditador norte-coreano Kim Jong-il em rara imagem durante gravações.

O líder norte-coreano viajava frequentemente (com passaportes falsos) para acompanhar as novidades do cinema fora da Coreia do Norte. Assistir a essas produções, porém, era uma regalia restrita ao ditador e sua família. A imensa maioria dos filmes e programas da TV estrangeira eram proibidos para a população em geral. Ainda são, inclusive.

O cinéfilo tirano viu o cinema como uma ferramenta poderosa para promover o comunismo como forma de vida ideal e fortalecer o controle do Estado sobre a sociedade através de narrativas mentirosas. Decepcionado com o baixo nível produções norte-coreanas — e convenhamos, não tinha como ser diferente — Kim Jong-il encontrou uma solução absurda para “melhorar” as produções cinematográficas do Estado comunista: sequestrar um famoso diretor sul-coreano e sua ex-esposa, que era atriz.

O sequestro do diretor sul-coreano e sua esposa

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Choi Eun-Hee foi sequestrada durante o regime do ditador norte-coreano Kim Jong-il na década de 1970. Ela era uma atriz famosa da Coreia do Sul, conhecida por seus papéis em filmes populares da época.

Em 1978, ela desapareceu misteriosamente durante uma viagem a Hong Kong. Posteriormente, foi revelado que a artista foi sequestrada por ordem de Kim Jong-il, filho do então líder Kim Il-sung e que atuava como diretor do Departamento de Propaganda do Partido dos Trabalhadores da Coreia.

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Choi Eun-Hee e seu marido, o diretor Shin Sang-ok. Ambos sequestrados pelo ditador norte-coreano.

O rapto da atriz foi parte de um plano para atrair seu ex-marido, o diretor de cinema sul-coreano Shin Sang-ok, também para a Coreia do Norte. O ditador comunista, que amava cinema estrangeiro, queria produzir filmes próprios de “qualidade” e que exaltassem o regime comunista. A solução encontrada por ele foi sequestrar um dos diretores mais aclamados do cinema sul-coreano. Ao notar o desaparecimento da ex-esposa, Shin Sang-ok começou a procurá-la seguindo seus últimos passos. Assim, Shin foi parar em Hong Kong, onde também foi capturado pelos homens de Kim.

Tanto Choi Eun-Hee quanto Shin Sang-ok foram levados à força para a Coreia do Norte, onde ficaram presos e isolados por vários anos. Durante seu cativeiro, Kim Jong-il os forçou a produzir filmes para a indústria cinematográfica norte-coreana com o intuito de promover a propaganda do regime comunista e glorificar o ditador.

Em 1986, durante uma viagem de negócios a Viena, Áustria, Choi Eun-Hee e Shin Sang-ok conseguiram escapar do cativeiro, procuraram asilo na embaixada dos Estados Unidos e, finalmente, retornaram à Coreia do Sul.

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“Quando cheguei à embaixada dos Estados Unidos na Áustria, e me disseram ‘Bem-vinda ao Ocidente’, comecei a chorar. Ainda tenho pesadelos com agentes norte-coreanos me perseguindo”, lembrou Choi em 2015.

O sequestro do casal foi apenas mais um evento chocante da história da Coreia do Norte, expondo o nível de controle e repressão exercido pelo regime norte-coreano. Essa história ficou conhecida internacionalmente e foi tema de filmes e documentários, mantendo-se como um exemplo das táticas extremas e cruéis utilizadas em regimes comunistas para promover sua agenda política e propagandística.

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