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Os Jogos Paralímpicos de Paris começam nesta quarta-feira (28) com a cerimônia de abertura marcada para as 15h (horário de Brasília). Pela 1ª vez, o evento será realizado fora de um estádio, com o desfile dos atletas saindo da parte inferior da Champs-Elysées e se estendendo até a icônica Place de la Concorde, no coração da capital francesa. O encerramento da competição está previsto para o dia 8 de setembro.
Após um ciclo de sucesso em diversas modalidades, o Brasil busca sua 400ª medalha nos Jogos Paralímpicos. Desde a primeira edição dos Jogos, em Roma 1960, o Brasil acumulou 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes, totalizando 373 medalhas.
Faltam 27 pódios para atingir a marca histórica. Os Jogos de Paris 2024 serão transmitidos ao vivo pelo canal SporTV2 e pelo canal do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) no YouTube.
Nas edições do Rio 2016 e de Tóquio 2020, a delegação brasileira conquistou 72 medalhas em cada, o maior número em edições únicas dos Jogos. No Japão, o país estabeleceu seu recorde de ouros, com 22 medalhas, superando a marca de Londres 2012, onde foram 21 ouros. Em 2016, o Brasil conquistou 14 medalhas de ouro.
A delegação brasileira em Paris será a maior já enviada para uma edição dos Jogos fora do Brasil, com um total de 280 atletas. Entre eles, 255 são atletas com deficiência, acompanhados por 19 atletas-guia, três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo. A maior equipe nacional fora do país havia sido em Tóquio 2020, com 259 convocados. O recorde de participantes brasileiros foi nos Jogos do Rio 2016, quando o Brasil, como país-sede, contou com 278 atletas com deficiência.
O Brasil estará representado em 20 das 22 modalidades dos Jogos Paralímpicos de Paris, incluindo atletismo, badminton, bocha, canoagem, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, hipismo, halterofilismo, judô, natação, remo, tênis em cadeira de rodas, taekwondo, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo e vôlei sentado. Não haverá brasileiros competindo no basquete e no rúgbi em cadeira de rodas.
A delegação brasileira chega a Paris após obter resultados expressivos em Mundiais. No atletismo, que conta com a maior quantidade de convocados para Paris 2024, com 71 atletas e 18 atletas-guia, o Brasil obteve campanhas históricas nos Mundiais de Paris 2023 e de Kobe 2024. No Japão, os brasileiros conquistaram 19 ouros, o maior número na história do país, superando as 16 vitórias registradas em Lyon 2013. O atletismo é a modalidade em que o Brasil mais conquistou medalhas em Jogos Paralímpicos, com 170 pódios, sendo 48 de ouro, 70 de prata e 52 de bronze.
A natação, que conta com 37 atletas brasileiros em Paris, é a segunda modalidade em que o Brasil mais conquistou medalhas nos Jogos Paralímpicos, totalizando 125 (40 ouros, 39 pratas e 46 bronzes). Os nadadores do país tiveram uma campanha histórica no Mundial da Ilha da Madeira 2022, ficando na terceira posição do quadro de medalhas, com 19 ouros, 10 pratas e 24 bronzes.
Na canoagem, o Brasil conquistou seis medalhas no Mundial de Szeged 2024, na Hungria, um recorde na competição, com duas de ouro, duas de prata e duas de bronze. A modalidade terá oito atletas brasileiros em Paris. No vôlei sentado, o Brasil contará com 12 atletas no masculino e 12 no feminino, totalizando 24 competidores, fazendo dessa a terceira modalidade com mais representantes nos Jogos de 2024. As mulheres chegam com o status de atuais campeãs mundiais, após conquistarem o título na Bósnia em 2022.
Entre os 255 atletas com deficiência convocados, 117 são mulheres, representando 45,88% do total, a maior participação feminina da história dos Jogos Paralímpicos no Brasil, tanto em quantidade quanto em termos percentuais. Esse número supera a convocação de 2016, no Rio de Janeiro, quando 102 mulheres foram convocadas, representando 35,17% da delegação.
Em termos percentuais, a maior representatividade feminina havia sido em Tóquio 2020, com 41,03% do total de convocados. O aumento da participação feminina em todas as modalidades paralímpicas é um dos pilares do planejamento estratégico do Comitê Paralímpico Brasileiro, elaborado em 2017 e revisado em 2021.
Bruna Alexandre, mesatenista catarinense de 29 anos, será uma das mulheres a competir em Paris. Ela foi a primeira atleta brasileira apta a defender o país tanto nos Jogos Paralímpicos quanto nos Jogos Olímpicos no mesmo ciclo, tendo participado dos Jogos Olímpicos de Paris em julho e agosto. Bruna, que compete na classe 10, disputará nas duplas mistas, nas duplas femininas e no individual.
Edênia Garcia, nadadora cearense de 37 anos, é a atleta da delegação com o maior número de participações em Jogos Paralímpicos. Em Paris, ela competirá em sua sexta edição, após ter participado de Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020. Edênia, que compete na classe S3, já conquistou três medalhas paralímpicas em sua carreira, duas pratas e um bronze.
Phelipe Rodrigues, nadador pernambucano de 34 anos, é o atleta brasileiro com mais medalhas paralímpicas na história. Com oito pódios em sua carreira, Phelipe conquistou ao menos uma medalha em cada uma das quatro edições dos Jogos que disputou, de Pequim 2008 a Tóquio 2020. Ele compete na classe S10, especialista nas provas de velocidade do nado livre, e soma cinco pratas e três bronzes.
Ao todo, 23 dos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal, estarão representados na delegação brasileira em Paris. A maioria dos atletas nasceu em São Paulo, com 71 dos 255 convocados. Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 22 atletas cada, têm a segunda maior representatividade na seleção brasileira em Paris 2024. Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Distrito Federal também estão entre os locais com mais representantes na delegação.
As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo. As Loterias Caixa patrocinam ainda bocha, futebol de cegos, goalball, judô, halterofilismo, natação, tênis de mesa e tiro esportivo. Os atletas Phelipe Rodrigues e Bruna Alexandre fazem parte do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, que beneficia 114 atletas, enquanto Phelipe Rodrigues e Edênia Garcia integram o Time São Paulo, parceria entre o Comitê Paralímpico Brasileiro e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 149 atletas.