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Cientistas descobrem que os chocos, animais marinhos com inteligência surpreendente, podem formar memórias falsas.
Os chocos, também conhecidos como sépias ou sibas, são moluscos marinhos da classe Cephalopoda, famosos por sua inteligência e habilidades complexas. Eles possuem um corpo oval com oito braços e dois tentáculos mais longos, além de uma concha interna reduzida.
Em um estudo publicado na revista iScience, pesquisadores da Universidade de Caen, na França, demonstraram que os chocos podem ser enganados a acreditar que viram algo que não viram de fato.
Memórias reconstruídas, não como fitas de filme:
- Ao invés de armazenar memórias como uma sequência linear de eventos, os chocos as constroem mentalmente, combinando diferentes características presentes no evento original.
- Essa estratégia de memória pode ser eficiente, permitindo que os animais imaginem diferentes combinações de recursos no futuro.
Enganando os chocos:
- Para testar a capacidade dos chocos de formar memórias falsas, os pesquisadores expuseram os animais a uma série de eventos com características semelhantes.
- O objetivo era fazer com que os chocos se lembrassem de ter visto camarão (sua comida favorita) em um tubo específico, mesmo que não estivesse lá.
- Os tubos foram apresentados com diferentes padrões visuais e odores, criando pistas enganosas para os animais.
Falsas memórias visuais, mas não olfativas:
- Os resultados mostraram que os chocos se confundiam com as pistas visuais, escolhendo o tubo vazio com mais frequência do que o esperado, acreditando que continha camarão.
- No entanto, os odores não enganaram os animais, demonstrando que sua memória olfativa é mais confiável.
Diferenças individuais:
- Um achado intrigante foi a variação individual na suscetibilidade à formação de memórias falsas.
- Alguns chocos pareciam imunes à manipulação, enquanto outros facilmente criavam memórias ilusórias.
- Essa variação também é observada em humanos, onde a suscetibilidade à memória falsa pode mudar de acordo com a idade, estado emocional e outros fatores.
Próximos passos:
- Os pesquisadores pretendem investigar as causas da variação individual na formação de memórias falsas nos chocos.
- Eles também querem entender se essa capacidade pode mudar ao longo da vida do animal e quais os fatores que influenciam essa mudança.
Descobertas com implicações para a compreensão da memória:
- As pesquisas com chocos podem nos ajudar a entender melhor como a memória funciona em humanos e outros animais.
- A capacidade de formar memórias falsas pode ser vantajosa em algumas situações, mas também pode levar a erros e ilusões.
- Compreender os mecanismos subjacentes à memória falsa é crucial para desvendar os mistérios da mente e desenvolver novas terapias para distúrbios de memória.
Este estudo abre novas portas para a investigação da memória e da inteligência animal, lançando luz sobre os mecanismos cognitivos que nos permitem recordar e interpretar o passado.