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O jogador de vôlei Maurício Souza, da seleção brasileira, medalha de ouro nas Olimpíadas de 2016, foi afastado do time em que joga, o Minas Tênis Clube, por criticar o “ativismo LGBT” no esporte e em animações.
Souza, que já foi considerado o melhor central da Liga Mundial de Vôlei, sofreu uma campanha de cancelamento nas redes sociais, apoiada pelos patrocinadores do time, a Fiat e a Gerdau.
Souza publicou três posts e um vídeo em que ele critica a imposição de parâmetros LGBT. Em um deles, o jogador questiona o uso da “linguagem neutra” em novela da Rede Globo; no segundo, o jogador critica o fato de a DC Comics ter caracterizado o atual Super-Homem como bissexual. Em um terceiro, ele postou uma foto crítica à inclusão de Gabrielle Ludwig na equipe feminina de basquete dos EUA.
Ludwig era da Marinha Americana, mudou de sexo e fez cirurgia aos 50 anos, e fisicamente é maior e mais forte que as outras atletas.
Após receber críticas por esses posts, Souza publicou um vídeo explicando que respeitava a opção sexual de todas as pessoas, mas que era necessário alertar para a formação das crianças.
Sobre as críticas, afirmou que era necessário “aguentar”, porque todos têm liberdade de expressão, e a partir desse mesmo princípio ele disse ter o direito de manifestar o que pensa.
A campanha contra Souza começou quando a Torcida Independente, em reunião do dia 19 de outubro, disse que iria ignorar o atleta “nas redes sociais, jogos e animações” e começou a pressionar os patrocinadores.
Douglas Souza, homossexual, reserva da seleção brasileira de vôlei, se somou à movimentação contra Muirício Souza e escreveu, entre outras coisas, “Vai ter beijo sim”. Outros atletas, como Sidão e Wallace, porém, saíram em defesa de Maurício Souza.
No dia 25 de outubro, o Clube defendeu em parte a liberdade de expressão de Souza, afirmando nas redes sociais estar “ciente do posicionamento público do atleta Maurício Souza, do Fiat/Gerdau/Minas”.
Na mensagem, o Clube afirmou que “todos os atletas federados à agremiação têm liberdade para se expressar livremente em suas redes sociais”, e que era “apartidário, apolítico” e preocupava-se “com a inclusão, diversidade e demais causas sociais”.
Ao mesmo tempo, reiterou não aceitar “manifestações homofóbicas, racistas ou qualquer manifestação que fira a lei”.
Nesta terça-feira, porém, após os patrocinadores Fiat e a Gerdau repudiarem as manifestações do jogador e pedirem as “medidas cabíveis”, o Clube o afastou de seus quadros.
Mais tarde, em comunicado, o Clube afirmou ainda que Souza receberia uma multa e teria sido orientado a fazer uma retratação pública.
Após o afastamento, o jogador pediu desculpas no Twitter sobre as últimas publicações feitas no perfil: “Pessoal, após conversar com meus familiares, colegas e diretoria do Clube, pensei muito sobre as últimas publicações que eu fiz no meu perfil. Estou vindo a público pedir desculpas a todos a quem desrespeitei ou ofendi, esta não foi minha intenção”.