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O jogador de futebol Neymar chegou nesta sexta-feira (18) na Arábia Saudita, onde será o mais novo jogador do Al-Hilal. O brasileiro desembarcou no aeroporto usando um pingente de crucifixo no cordão pendurado ao pescoço. Apesar de o uso de crucifixos ser proibido em alguns países muçulmanos, o professor de geopolítica do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ Fernando Brancoli explicou que o uso de crucifixo na Arábia Saudita não é necessariamente proibido, e apontou um “tratamento diferenciado” ao jogador.
Neymar assinou um contrato de dois anos com o Al-Hilal, com um salário de cerca de 100 milhões de euros (R$ 540 milhões na cotação atual) por temporada, segundo fontes próximas. Ele segue assim os passos de outras estrelas como Cristiano Ronaldo, Karim Benzema e Sadio Mané, em uma longa lista de jogadores destaque que trocaram a Europa pelo campeonato saudita.
O jogador é cristão e chegou a usar uma faixa com os dizeres “100% Jesus” na conquista da medalha de ouro pela Seleção Brasileira durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
O uso de crucifixos na Arábia Saudita é um assunto controverso. Alguns argumentam que o uso do símbolo religioso é uma forma de desrespeito à cultura e religião do país, enquanto outros afirmam que o uso do crucifixo é um direito fundamental que deve ser respeitado.
“A gente está falando de um país que tem como base jurídica o Alcorão e algumas normas suplementares. Então, não há uma norma que proíbe, por exemplo, usar algum tipo de utensílio ou item religioso. Mas isso pode variar dependendo do contexto. Em uma mesquita é proibido símbolos que não são islâmicos. A princípio, ele poderia ter problemas em usar esse tipo de cruz em contexto público”, disse ao jornal O Globo.
“Se um cidadão normal tivesse problemas maiores por usar um crucifixo muito grande, muito chamativo, o Neymar pode receber um tratamento diferenciado. Mas a expectativa é que ele se comporte de maneira discreta, não faça declarações públicas a respeito da religião”, acrescentou.