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O Ministério Público Federal (MPF) foi à Justiça para obrigar a Caixa Econômica a pagar R$ 5 bilhões à Fundação dos Economiários Federais (Funcef) pelos prejuízos causados na gestão dos recursos aplicados pelo fundo de pensão, sob direcionamento de diretorias da Caixa. O montante é equivalente ao prejuízo provocado ao fundo de pensão dos servidores do banco em investimentos ilícitos durante a gestão do PT.
Com pedido de liminar, o objetivo da ação é que a cifra seja utilizado para abater as contribuições extraordinárias que vêm sendo cobradas pela Funcef aos seus beneficiários, sobretudo as parcelas com vencimento mais próximo. A peça é resultado das investigações da Operação Greenfield.
De acordo com a denúncia, os ex-gestores causaram prejuízo de R$ 5,5 bilhões aos fundos de pensão Petros, dos funcionários da Petrobras; Funcef, dos colaboradores da Caixa Econômica Federal; Previ, dos funcionários do Banco do Brasil; e Valia, dos trabalhadores da Vale.
Entre os denunciados está Esteves Colnago, atual chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia e ex-ministro do Planejamento.
O documento relembra constatações já apontadas em outras operações da Força-Tarefa Greenfield (Sépsis e Cui Bono): a Caixa Econômica era um banco altamente politizado e indicava diretores para a Funcef que também atendiam interesses políticos naquele tempo (2008 a 2016). O resultado é o grave problema econômico-financeiro do fundo suportado pelos participantes, em sua maioria, aposentados e beneficiários mais antigos. “Em vez de usufruir integralmente do valor dos rendimentos após longos anos de contribuição, tais aposentados, em sua velhice, têm parte considerável de seus rendimentos comprometida em razão da necessidade de cobrir o rombo da Funcef”.
O Ministério Público Federal pede o compartilhamento das provas já produzidas na esfera criminal e propõe audiência de conciliação. Relembra que, somente em 2021, o lucro líquido divulgado pela própria Caixa foi de mais de R$ 17 bilhões. “Por si só, já seria suficiente para cobrir as parcelas de equacionamento cobradas dos aposentados e participantes da Funcef, que são vítimas dos crimes apontados nesta ação”.