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A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, criticou nesta terça-feira (14) a insistência de práticas “machistas” que oferecem oportunidades diferentes de acordo com o gênero no Judiciário brasileiro.
A declaração foi feita durante seminário “O Papel do Supremo nas Democracias”, realizado pelo jornal O Estadão.
Cármen Lúcia defendeu que as mulheres não tenham apenas o direito de “se fazer se representar”, mas também de “se apresentar para participar de tudo na vida política”.
Na ocasião, a ministra do STF respondia ao questionamento da plateia sobre a falta de representatividade de mulheres negras na Corte.
De acordo com Cármen Lúcia, existem grupos específicos que sofrem mais com a falta de oportunidade nos espaços públicos, mas evitou se posicionar sobre a presença de uma negra no STF.
“Acho que, quando se faz referência a uma mulher negra hoje, é porque, mesmo entre nós mulheres que somos discriminadas, que sofremos preconceito porque somos mulheres, [existem diferenças]. Precisamos superar essa fase incivilizada dos homens nos tratarem como ‘parecidas’, e não igual a eles”, afirmou.
“O sistema Judiciário continua a ser muito preconceituoso, muito machista, que distingue, sim, homens e mulheres. Não necessariamente quando se faz o concurso público para os primeiros cargos, mas é no acesso e nas promoções internas que não temos as mesmas condições. Em parte porque temos uma grande distinção em termos de trabalho e de gastos com o tempo do cuidado da casa e da família”, disse Lula.