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O subprocurador Lucas Rocha Furtado pediu para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue o objetivo da visita de Luciane Barbosa Farias às dependências do Ministério da Justiça.
Luciane é considerada ‘dama do tráfico amazonense’ e é esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, preso em dezembro de 2022. “Tio Patinhas” é líder do Comando Vermelho (CV) no Amazonas.
Luciane e o marido megatraficante foram condenados em 2ª instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa.
As reuniões de Luciane Barbosa Farias no Ministério da Justiça de Flávio Dino foram com os secretários de Políticas Penais, Rafael Velasco; de Assuntos Legislativos, Elias Vaz; e com a coordenadora do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), Tamires Sampaio.
No despacho ao presidente do TCU Bruno Dantas, Furtado argumenta que a reunião da ‘dama do tráfico amazonense’ com os secretários não se justifica pelo “interesse público alegado”.
Luciane Barbosa Farias compareceu às dependências da pasta como representante da Associação Instituto Liberdade do Amazonas. Ela se considera “ativista” pelos direitos humanos.
Furtado questionou ao TCU a necessidade de que a condenada fosse a porta-voz da instituição.
“Qualquer que fosse o interesse público alegado para justificar o encontro, certamente não se tratava da única via disponível, cabendo ao órgão público selecionar interlocutores que respeitem a moralidade pública exigida das instituições oficiais”, argumenta o subprocurador.
Ele ainda escreve que a sociedade não aceita mais, por parte das autoridades, condutas imorais e suspeitas, e teceu críticas aos problemas de segurança pública enfrentados no Brasil: “sobretudo quando é pública e notória a precariedade dos serviços que lhe são oferecidos, especialmente os que concernem à segurança pública”.