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As influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves tornaram-se rés em um caso de injúria racial, sendo investigadas por vídeos postados nas redes sociais. A mãe e filha foram acusadas de entregar uma banana e um macaco de pelúcia para crianças negras em clipes que geraram grande repercussão.
A juíza Simone de Faria Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) relacionada ao macaco, sendo que há outros três processos em andamento. A Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi) indiciou a dupla em novembro, e o MPRJ apresentou a denúncia à Justiça em 20 de janeiro.
A magistrada destacou a gravidade do caso, ressaltando que as ações filmadas e divulgadas no aplicativo TikTok buscavam promoção pessoal e social. A juíza salientou a falta de controle na exposição e transmissão na internet, afetando potencialmente a população mundial.
“Observa-se que o delito ora investigado não foi praticado mediante violência física. Contudo, a suposta prática criminosa envolve crianças, que foram atacadas em sua dignidade humana, pela cor da sua pele, mediante atitudes supostamente racistas”, disse Simone.
“Tais atitudes, por si só, já representariam uma ofensa grave aos direitos constitucionais das crianças envolvidas. Entretanto, além de terem sido oferecidos brinquedos e frutas que poderiam ser utilizados com cunho racista, em detrimento das crianças, os atos das denunciadas ainda foram filmados e postados na internet, sem a autorização expressa dos responsáveis pelas crianças, que se encontravam nas ruas em situação de vulnerabilidade”, pontuou a juíza
O advogado Marcos Moraes, que representa as vítimas, afirmou que a fase de investigação foi concluída, e o escritório modelo da SACERJ atuará como assistente de acusação para colaborar na condenação criminal das acusadas.
Relembrando o caso, um vídeo divulgado pela advogada Fayda Belo mostrava as influenciadoras fazendo um jogo com duas crianças negras, oferecendo uma banana e um macaco de pelúcia como presentes. O Ministério Público do Rio de Janeiro recebeu mais de mil denúncias relacionadas ao caso. As acusadas divulgavam conteúdo nas redes sociais, acumulando mais de 13 milhões de seguidores no Instagram, TikTok e YouTube.