Justiça

Técnico de time feminino obtém liberdade provisória após caso de injúria racial em Salvador

Reprodução: Redes sociais (X)

O Tribunal de Justiça da Bahia concedeu liberdade provisória nesta quarta-feira (10) ao técnico português Hugo Miguel Duarte Macedo, treinador do time feminino do JC Futebol Clube. Ele havia sido preso em flagrante na última segunda (8) sob suspeita de injúria racial contra a zagueira do Bahia, Suelen Santos, após a partida entre os clubes pelas quartas de final da Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino, no Estádio de Pituaçu, em Salvador.

Após audiência de custódia, a juíza Marcela Moura França determinou diversas medidas cautelares para a soltura do treinador, incluindo o pagamento de fiança no valor de 30 salários mínimos (equivalente a R$ 42 mil) e a obrigação de manter distância mínima de 200 metros da vítima. Além disso, o técnico de 44 anos terá que comparecer em juízo a cada dois meses durante um ano e não poderá deixar Manaus, sua cidade de residência, sem autorização judicial prévia.

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O incidente ocorreu após o jogo decisivo que garantiu ao Bahia a classificação para as semifinais da Série A2, apesar do empate sem gols no segundo jogo, uma vez que o time havia vencido o primeiro por 2 a 0.

Durante a confusão após o jogo, houve uma discussão entre jogadoras do Bahia e Hugo Duarte, resultando na acusação de Suelen à arbitragem de ter sido alvo de xingamento racista por parte do treinador do time amazonense. A Polícia Militar foi chamada ao estádio e encaminhou Suelen, o técnico Duarte e testemunhas à Central de Flagrantes, onde foi registrado o boletim de ocorrência. Duarte negou as acusações de injúria racial, mas foi preso sob suspeita do crime.

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Ambos os clubes, Bahia e JC Futebol Clube, manifestaram repúdio ao incidente por meio de notas oficiais divulgadas nas redes sociais. No dia seguinte, Suelen Santos também utilizou suas redes sociais para se pronunciar sobre o episódio ocorrido no Estádio de Pituaçu.

“A Constituição Brasileira assegura o direito de ser tratado como igual perante os demais membros da sociedade, sem discriminação de etnia e raça”, afirmou a atleta. “A injúria racial proferida repetidamente pela expressão ‘macaca’ tenta silenciar minha presença como mulher negra no esporte, mas denunciar é a arma que tenho para enfrentar o racismo.”

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