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A Justiça Eleitoral conduzirá uma pesquisa para identificar as causas das abstenções e buscar soluções para reduzir o não comparecimento nas próximas eleições, previstas para 2026, afirmou a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, em coletiva para fazer o balanço do segundo turno das eleições municipais deste ano.
A ministra destacou que as ausências aumentaram de 21,68% no primeiro turno para 29,26% no segundo, com fatores climáticos e outros problemas contribuindo para esse crescimento.
Segundo ela, o TSE realizará uma pesquisa em colaboração com os Tribunais Regionais Eleitorais, a fim de apurar os principais obstáculos ao comparecimento dos eleitores em cada região, comprometendo-se a apresentar um relatório antes da diplomação dos candidatos eleitos, em dezembro.
Tradicionalmente, a abstenção é maior entre o primeiro e o segundo turno, especialmente devido ao descontentamento de eleitores com as opções de candidatos. Nas eleições de 2024, registrou-se o segundo maior índice de ausências da história, atrás apenas de 2020, no auge da pandemia de covid-19, quando as abstenções chegaram a 23,2% no primeiro turno e 29,5% no segundo.
Cármen Lúcia frisou que o TSE precisará abordar localmente os fatores que impactam as abstenções, mencionando que houve municípios com índices variando de 16% a 30%. No Amazonas, por exemplo, a baixa dos rios, que dificulta o transporte, impactou menos do que o esperado, com a capital Manaus registrando 23,61% de abstenções no segundo turno, uma taxa inferior à média nacional e às abstenções locais no segundo turno de 2020.
Em Porto Velho, um temporal ocorrido na manhã da eleição afetou especialmente os eleitores idosos, que não são obrigados a votar, elevando a abstenção para 30,63%, embora o número tenha sido menor em comparação ao segundo turno de 2020, quando chegou a 34,18%.
Dados adicionais fornecidos pelo TSE indicaram que Belém foi o primeiro município a ter o resultado do segundo turno definido, com o candidato matematicamente eleito às 17h30. No total, foram substituídas 171 urnas eletrônicas ao longo dos dois turnos, representando 0,12% das urnas no segundo turno e 0,63% no primeiro. Tocantins não registrou substituição de urnas, e nenhuma seção precisou realizar votação manual.
O TSE também informou que o aplicativo e-Título registrou 740.388 justificativas de ausência por georreferenciamento, para eleitores fora de seus municípios de votação, e 83.363 justificativas de eleitores no exterior.
Cármen Lúcia concluiu reforçando que o TSE seguirá empenhado na tranquilidade e integridade do processo eleitoral e que o trabalho continuará para assegurar eleições serenas e confiáveis.