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A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu na terça-feira (05) da decisão de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou todas as condenações do ex-ministro José Dirceu no contexto da operação Lava Jato.
Com essa decisão, Dirceu recupera seus direitos políticos e deixa de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Em sua justificativa, Gilmar Mendes destacou que as acusações contra Dirceu representariam uma espécie de “ensaio da denúncia” que seria posteriormente apresentada contra o presidente Lula, cujas condenações na Lava Jato também foram anuladas.
Por outro lado, a PGR argumenta que o Ministério Público Federal sustenta que o reconhecimento de uma irregularidade em determinado processo não se estende automaticamente a outros, ainda que envolvam a mesma autoridade. Em casos como esses, a parte interessada deve buscar outro meio para reivindicar o que considera seu direito.
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o pedido de extensão feito por Dirceu não atende aos requisitos legais, uma vez que ele não era corréu no processo original, tornando impossível a extensão da decisão com base em fatos específicos.
Além disso, a PGR ressaltou que as investigações de corrupção que alcançaram Dirceu surgiram após revelações sobre ilícitos anteriores cometidos por outros agentes, enfraquecendo a alegação de que o processo teria sido manipulado para prejudicar Dirceu com o intuito de atingir outra pessoa.
A defesa de Dirceu, por sua vez, alega que, assim como ocorreu com Lula, as investigações e condenações contra seu cliente foram fruto de uma estratégia deliberada, executada pela força-tarefa da Lava Jato e pelo ex-juiz Sergio Moro, atualmente senador, com o objetivo de enfraquecer o partido.
Dirceu foi condenado em 2016 a 23 anos e três meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.