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O correspondente do Wall Street Journal (WSJ), Evan Gershkovich, foi pego “em flagrante” tentando obter segredos de estado russos, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. O jornalista foi preso pelo Serviço Federal de Segurança (FSB) na cidade de Ekaterinburg nesta quinta-feira (30).
Falando a jornalistas por teleconferência, Peskov foi questionado sobre a prisão do cidadão americano e se a Rússia cooperará com os serviços de segurança dos EUA sobre o assunto. O porta-voz afirmou que não conhece todos os detalhes do caso e que o assunto continua nas mãos do FSB (Serviço Federal de Segurança) da Rússia.
No entanto, Peskov afirmou Gershkovich havia sido pego no ato de tentar coletar informações sobre uma instalação de defesa, em violação das leis russas sobre segredos de estado. O correspondente, que cobre notícias da Rússia, Ucrânia e ex-URSS, pode pegar entre 10 e 20 anos de prisão se for acusado de espionagem.
Embora Gershkovich tenha obtido as credenciais jornalísticas necessárias do Ministério das Relações Exteriores para trabalhar na Rússia, o FSB alega que ele “agiu no interesse do governo dos EUA” quando foi pego durante “uma tentativa de receber” inteligência confidencial.
Questionado se o incidente poderia provocar uma resposta das autoridades americanas em relação aos jornalistas russos que trabalham na América, Peskov disse que Moscou espera que tal retaliação não ocorra porque “ não estamos falando sobre alegações aqui. Ele foi pego em flagrante”.
Wall Street Journal reagiu ao incidente afirmando que está “profundamente preocupado com a segurança do Sr. Gershkovich”.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, disse que a questão de potencialmente trocar o jornalista do WSJ em um acordo de troca não foi levantada.
Enquanto isso, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que o que quer que Gershkovich estivesse fazendo quando foi detido pelo FSB, “não tinha nada a ver com jornalismo”. Ela argumentou que o status de correspondente já havia sido usado como disfarce por outros cidadãos ocidentais que tentavam obter informações sigilosas da Rússia.