O presidente da emissora estatal britânica BBC, Richard Sharp, anunciou sua renúncia depois que um relatório descobriu que ele violou o código de governança para nomeações públicas. A investigação revelou que ele havia ocultado informações sobre seu envolvimento com as finanças do ex-primeiro-ministro Boris Johnson, antes de conseguir o cargo principal na rede de mídia.
A alegação apareceu pela primeira vez no Sunday Times em janeiro. O comissário de nomeações públicas posteriormente encarregou o advogado Adam Heppinstall de investigar sua veracidade.
Em um comunicado publicado no site da BBC nesta sexta-feira (28), Sharp insistiu que, embora “violasse o código de governança para nomeações públicas”, o lapso foi “inadvertido e não material”. ”O chefe da emissora pública afirmou que o inquérito havia confirmado isso, concluindo que uma “ violação não invalida necessariamente uma nomeação. ”
Sharp continuou explicando que decidiu desocupar seu cargo independentemente de “priorizar os interesses da BBC. ”
Ele, no entanto, permanecerá no cargo até junho, quando um sucessor for nomeado.
Sharp afirma que agiu “ de boa fé ” e “ com a melhor das intenções”, quando apresentou o multimilionário canadense Sam Blyth ao então primeiro-ministro em dezembro de 2020.
O primeiro acabou atuando como fiador do empréstimo de Johnson, com até £ 800.000 (US$ 997.440) supostamente fornecidos ao político. O Times noticiou que Sharp facilitou o encontro entre os dois apenas algumas semanas antes de Johnson o recomendar para o cargo principal na BBC.
Em sua declaração na sexta-feira, Sharp descreveu sua falha em divulgar informações sobre seu envolvimento como um “ descuido. ”
As alegações contra Sharp feitas pelo The Times fizeram com que vários legisladores trabalhistas pedissem uma investigação sobre o caso e a renúncia do presidente da BBC.
O próprio Sharp acabou falando a favor de tal revisão, insistindo que isso provaria que não havia conflito de interesses em sua nomeação.