Mídia

The Guardian demite cartunista por tirinha sobre Netanyahu considerada antissemita

Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]

O cartunista Steve Bell foi demitido do jornal britânico The Guardian após a publicação de uma tirinha que foi interpretada como antissemita. A imagem mostra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, operando seu próprio tronco. Na pele dele, vê-se um esboço do formato da Faixa de Gaza no mapa.

O The Guardian se recusou a publicar a tirinha, com um membro da equipe do jornal sugerindo que se tratava de uma referência a Shylock, personagem fictício criado por William Shakespeare em O Mercador de Veneza. Na peça, Shylock empresta dinheiro a seu rival cristão, Antônio, e estabelece como fiança meio quilo da carne do devedor.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO
O The Guardian se recusou a publicar o trabalho de Bell

REPRODUÇÃO / THE DAILY CARTOONIST

A expressão “meio quilo de carne” se popularizou como algo que o credor tem direito de receber, mas não é razoável exigir de alguém. A tirinha pode ser considerada ofensiva à comunidade judaica.

Após as críticas, Bell defendeu seu trabalho, alegando que a imagem fazia referência a uma tirinha de 1960 sobre o então presidente dos Estados Unidos, Lyndon B. Johnson, em que ele tinha uma cicatriz no tronco em forma de mapa do Vietnã.

Um porta-voz do Guardian afirmou que a decisão de não renovar o contrato de Bell foi tomada após uma “avaliação cuidadosa”. “Os desenhos de Steve Bell têm sido uma parte importante do Guardian nos últimos 40 anos — agradecemos a ele e lhe desejamos tudo de bom”, disse o porta-voz.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Bell afirmou que costumava escrever três tirinhas editoriais por semana para o Guardian e que a decisão de desligá-lo foi “devastadora”. “Eles disseram que não publicarão mais nada meu, embora eu esteja nos livros até abril de 2024.”

Esta não foi a primeira vez que Bell enfrentou alegações de antissemitismo. Ele foi criticado há três anos, depois de ter feito uma tirinha que mostrava o líder do Partido Trabalhista do Reino Unido Sir Keir Starmer segurando a cabeça do colega Jeremy Corbyn em um prato. O trabalho foi visto por alguns como uma referência à cabeça do pregador João Batista sendo apresentada a Salomé, filha do rei judeu Herodes.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

© 2024 Todos os direitos reservados Gazeta Brasil.

Sair da versão mobile