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O italiano Cesare Battisti admitiu à Justiça italiana ter cometido os quatro assassinatos dos quais era acusado de cometer no final dos anos 70. A confissão foi feita ao promotor Alberto Nobili, segundo o jornal Corriere della Serra.
A confissão foi feita no último fim de semana, na penitenciária da Sardenha onde ele cumpre pena de prisão perpétua.
Nobili afirmou à imprensa italiana que o depoimento de Battisti confirma tudo o que constava nas acusações que levaram a Itália a decretar a prisão perpétua: “os 4 assassinatos, os 3 feridos e uma enxurrada de roubos e roubos para autofinanciamento, tudo é verdade”.
Ainda segundo Nobili, o ex-terrorista também explicou: “Eu falo das minhas responsabilidades, não vou nomear ninguém”.
“Battisti admitiu ter participado diretamente dos quatro homicídios, sendo que foi o executor material em dois deles”, reforçou Francesco Greco, chefe do Ministério Público de Milão.
Em coletiva de imprensa, o procurador de Milão, Francesco Greco, disse que Battisti se declarou responsável por todas as acusações nas mortes e ainda pelo ferimento de três pessoas entre 1977 e 1979.
“Quando matei para mim foi uma guerra justa”, disse Battisti em depoimento. “Percebo o mal que causei e peço desculpas às famílias”.
O italiano foi membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), um braço das Brigadas Vermelhas, e foi condenado à prisão perpétua pelos crimes, que negava ter cometido. Após décadas foragido na França e no México, Battisti se instalou em 2004 no Brasil, onde permaneceu escondido até sua primeira detenção, em 2007.
Captura
Battisti foi capturado em 12 de janeiro à noite enquanto caminhava pela rua em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. A prisão foi resultado de uma parceria de agentes bolivianos e italianos com apoio de brasileiros.
No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três anos depois. O governo da Itália pediu sua extradição, aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pelo STF.
Desde a campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a extradição de Battisti. Ao assumir o poder, ele reiterou sua determinação em capturar e enviar para a Itália para o cumprimento da pena.
*Com informações da RAI, emissora pública de televisão da Itália.