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O presidente do Irã, Hassan Rouhani, rejeitou qualquer conversa com os Estados Unidos e pediu, nesta terça-feira (21), que o governo tenha mais poder para administrar a economia abalada por sanções em meio a uma “guerra econômica”.
O presidente Donald Trump retirou os EUA de um acordo nuclear firmado em 2015 entre o Irã e potências mundiais segundo o qual Teerã limitou sua capacidade de enriquecimento de urânio —uma rota em potencial para uma bomba nuclear— e, em troca, obteve um alívio nas sanções.
Mas Trump restaurou as sanções no ano passado e as intensificou neste mês, ordenando que todos os países parem de importar petróleo iraniano se não quiserem enfrentar sanções.
Washington disse que pretende pressionar Teerã a entrar em novas negociações sobre um novo acordo de controle de armas. O Irã já rejeitou várias vezes qualquer nova tratativa enquanto os EUA se mantiverem fora do pacto nuclear.
“A situação atual não é adequada para conversas, e nossa única escolha é a resistência”, disse Rouhani, segundo a agência de notícias estatal Irna.
Na segunda-feira, Trump disse que o Irã será confrontado com “grande força” se tentar algo contra interesses dos EUA no Oriente Médio, acrescentando que está disposto a conversar com o regime “quando eles estiverem prontos”.
Rouhani comparou a situação com a guerra iraniana contra o Iraque nos anos 1980, quando centenas de milhares de pessoas foram mortas, e disse que o governo precisa de poderes semelhantes àqueles que recebeu à época para conduzir a economia.
“Em nenhum período anterior enfrentamos os problemas atuais no setor bancário e nas vendas de petróleo, por isso precisamos que todos se concentrem e sintam as condições da guerra econômica”, disse Rouhani, de acordo com a Irna.
No ano passado, o Irã criou tribunais de julgamento rápido depois que o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, pediu uma ação legal “veloz e justa” para confrontar uma “guerra econômica” com inimigos estrangeiros.
Nesta terça-feira, o porta-voz do Judiciário, Gholamhossein Esmaili, disse que uma das cortes condenou 10 empresários a até 20 anos de prisão devido a acusações como “sabotagem econômica”, relatou a agência de notícias Fars. O Irã executou ao menos três empresários por crimes econômicos no ano passado.
*Com Reuters