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A médica de Houston que elogia a hidroxicloroquina com uma cura milagrosa para o novo coronavírus em um vídeo retuitado pelo presidente americano, Donald Trump, atribui problemas ginecológicos a sexo com espíritos malignos e afirma que “mentes reptilianas” governaram os Estados Unidos.
O vídeo de Stella Immanuel chamou atenção para um grupo pouco conhecido, que se autodenomina “Médicos de da linha de frente dos Estados Unidos” (America’s Frontline Doctors), que tem como objetivo promover o medicamento antimalária que não teve efeito positivo comprovado contra Covid-19.
“Ninguém precisa adoecer. Este vírus tem uma cura, se chama hidroxicloroquina”, disse Immanuel na segunda-feira (29) na escadaria da Suprema Corte de Washington, onde estava para uma “Cúpula de Jalecos”, que reuniu médicos com visões parecidas com a dela.
No começo da pandemia, cientistas se esforçaram para descobrir se as propriedades antivirais da hidroxicloroquina a fariam eficaz para tratar pacientes com SARS-CoV-2.
Até agora, no entanto, todos os principais ensaios clínicos que informaram suas descobertas sobre este tema não encontraram nenhum benefício e as principais autoridades nacionais de saúde decidiram restringir seu uso devido a possíveis danos cardíacos.
No entanto, Immanuel, que é médica de família, diz que os 350 pacientes que havia tratado com o medicamento, inclusive alguns com comorbidades graves, tinham sobrevivido e que a hidroxicloroquina era tão potente que torna desnecessárias as máscaras e o distanciamento social para conter o contágio da COVID-19.
O vídeo foi retuitado por Trump e seu filho, Donald Trump Jr., que o descreveu como um “must watch” (algo que deve ser visto), mas nas últimas horas foi eliminado por Facebook, Twitter e YouTube por promover informação falsa.
Consultado na terça-feira durante uma coletiva de imprensa sobre seu retuíte, o presidente disse: “pensei que o que dizia era importante, mas não sei nada dela”.
A discussão sobre a hidroxicloroquina tem forte carga política, desde que líderes como Trump e outros conservadores americanos, bem como seu colega brasileiro, Jair Bolsonaro, passaram a incentivar fortemente seu uso.
Por: AFP