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O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinian, afirmou neste domingo (27) que o Azerbaijão declarou guerra e apelou à comunidade internacional para evitar uma escalada das hostilidades na região.
“Nesta manhã, o Azerbaijão voltou a cometer provocações em larga escala. Houve mortos e feridos, inclusive entre a população civil. Usando armamento pesado, o inimigo está atacando as posições do Exército de Artsaque (o nome armênio para Nagorno-Karabakh) em todas as direções”, disse Pashinian em um pronunciamento em cadeia nacional de televisão.
Em seu discurso de pouco mais de sete minutos, o premiê fez duras acusações ao presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, mas garantiu que a Armênia não se sentirá acuada.
“O regime autoritário de Aliyev declarou mais uma vez guerra aos armênios. Estamos prontos para esta guerra porque percebemos que o ódio propagado contra os armênios no Azerbaijão não poderia levar a nenhum outro resultado além da guerra”, bradou o premiê, que declarou lei marcial e convocou a mobilização da população masculina.
O líder armênio pediu para que a situação seja levada a sério pelo Grupo de Minsk, criado em 1992 pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para mediar o conflito, e por toda a comunidade internacional.
“Estamos à beira de uma guerra em larga escala no Cáucaso do Sul, que pode ter consequências imprevisíveis. A guerra pode ir além das fronteiras da região e se espalhar”, advertiu.
Enquanto isso, a esposa de Pashinian, Anna Hakobian, se mudou para a capital da autoproclamada república de Nagorno-Karabakh, Stepanakert. “Eu vim para estar com nossas irmãs e nossos irmãos”, afirmou a mulher do premiê no Facebook.
O Azerbaijão anunciou hoje uma contraofensiva através da linha de contato na zona de conflito, em resposta aos ataques que alegou ter sofrido anteriormente de forças armadas armênias contra suas posições e contra civis. Yerevan, por sua vez, respondeu os ataques e denunciou ações militares azerbaijanas contra aldeias povoadas em Karabakh.
O conflito remonta aos tempos de União Soviética. No final dos anos 80, o território azerbaijano de Nagorny Karabakh, povoado principalmente por armênios, pediu para ser incorporado à vizinha, o que culminou com uma guerra que causou cerca de 25 mil mortes.
No final dos combates, as forças armênias assumiram o controle da região e também ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, que chamaram de “faixa de segurança”, a fim de anexá-la.
O Azerbaijão alega que a solução do conflito envolve necessariamente a liberação dos territórios ocupados, uma demanda que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A Armênia, por sua vez, apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh e defende a participação dos representantes do território separatista nas negociações para a solução do conflito.
*Com informações de EFE