Segundo a entidade, com o choque da pandemia de Covid-19, o número de pessoas que precisam de ajuda humanitária em todo o mundo atingirá um novo recorde: 235 milhões, um aumento de 40% em um ano, segundo planos de resposta humanitária coordenados pela ONU. Se todas essas pessoas vivessem em um país, ele seria o quinto mais populoso do mundo, destaca a organização.
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Os fundos solicitados pela ONU e seus parceiros visam ajudar cerca de 160 milhões de pessoas (dos 235 milhões) em 56 países considerados vulneráveis, afetados por conflitos, deslocamento de populações, fome, consequências das mudanças climáticas e da pandemia. “O aumento se deve quase inteiramente à Covid-19, que matou pelo menos 1,46 milhão de pessoas em quase um ano”, disse o diretor de Assuntos Humanitários da ONU, Mark Lowcock, em coletiva de imprensa em Genebra. “O quadro que apresentamos é o mais sombrio que já exibimos em termos de necessidades humanitárias futuras”, acrescentou.
“Luzes vermelhas”
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De acordo com a ONU, “aqueles que já viviam no fio da navalha (…) foram desproporcionalmente afetados pelo aumento dos preços dos alimentos, por queda na renda, interrupção dos programas de imunização e fechamento de escolas”.
Pela primeira vez desde o final dos anos 1990, a pobreza extrema aumentou. A expectativa de vida está caindo em todo o mundo e o número anual de mortes por HIV, tuberculose e malária pode dobrar. Além disso, “múltiplas situações que podem provocar fome estão no horizonte”, avisa a ONU. “As luzes estão vermelhas e os alarmes estão tocando”, alertou Mark Lowcock.
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No final de 2020, 270 milhões de pessoas poderiam sofrer de insegurança alimentar aguda, 82% a mais do que antes da pandemia. Pessoas no Iêmen, em Burkina Faso, no Sudão do Sul e nordeste da Nigéria estão à beira da fome, enquanto outros países e regiões, como Afeganistão e Sahel, também estão “potencialmente muito vulneráveis”, disse Lowcock. “Se conseguirmos passar o ano de 2021 sem uma grande fome, será uma grande conquista”, disse ele.
“Momentos muito sombrios”
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Síria e Iêmen, devastados pela guerra, estão no topo da lista dos países que mais precisam de ajuda humanitária. A ONU pede quase US$ 6 bilhões para ajudar milhões de sírios em casa e ao redor do mundo e quase US$ 3,5 bilhões para apoiar cerca de 20 milhões de pessoas no Iêmen. O país do sudoeste da Península Arábica atravessa a mais séria crise humanitária no planeta.
“O sistema humanitário provou novamente o seu valor em 2020, fornecendo alimentos, medicamentos, abrigo, educação e outros bens essenciais a dezenas de milhões de pessoas”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
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“A crise está longe de terminar. Os orçamentos de ajuda humanitária enfrentam uma grave escassez devido ao impacto da pandemia global, que continua a piorar. Juntos, devemos mobilizar recursos e demonstrar solidariedade com pessoas que estão passando por momentos muito difíceis”, acrescentou Guterres.
Desde o início do ano, doadores internacionais forneceram cerca de US$ 17 bilhões para a resposta humanitária coletiva, dos US$ 29 bilhões solicitados em dezembro passado.
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