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Centenas são presos na Rússia em protestos de apoio a Alexei Navalny

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Mais de 2.000 manifestantes foram presos pela polícia neste sábado (23/01) em Moscou e outras cidades russas durante protestos contra o governo russo e exigindo a libertação do oposicionista Alexei Navalny, que está em prisão preventiva.

A equipe de Navalny convocou ativistas para saírem às ruas em 65 cidades russas, de Moscou a Novosibirsk. As primeiras manifestações ocorreram no extremo oriente russo, na Sibéria e nos Urais, onde vários milhares de pessoas tomaram as ruas, principalmente em Vladivostok, Khabarovsk e Tchita, diante de um grande número de tropas antimotim deslocadas para os locais dos protestos, de acordo com adeptos de Navalny.

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Em Yakutsk, ao sul do Círculo Polar Ártico, os manifestantes enfrentaram o frio extremo de temperaturas que chegam a -50 graus Celsius.

“Mais de 2.000 prisões”

Mais de 2.000 pessoas foram presas em dezenas de cidades russas, de acordo com a organização não governamental OVD-info, especializada no monitoramento de prisões durante manifestações.

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Yulia Navalnaya, mulher de Navalny, afirmou em sua conta nas mídias sociais que foi presa, enviando imagens de dentro de um veículo policial. “Desculpa a qualidade pobre e luz muito ruim da van da polícia”, escreveu no Instagram, com uma foto.

Na capital russa, que normalmente mobiliza as maiores manifestações, a maior concentração ocorreu na praça central Pushkin, de onde alguns seguiram em marcha em direção ao Kremlin. Porém, mais de uma hora antes da passeata, a polícia começou a prender pessoas, relataram jornalistas da agência de notícias AFP. A agência de notícias Reuters estimou em pelo menos 40 mil o número de participantes dos atos na capital russa.

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Convocação

O crítico mais carismático do presidente russo, Vladimir Putin, divulgou a convocação dos protestos depois de sobreviver a um envenenamento quase fatal com um agente nervoso Novichok e retornar à Rússia no fim de semana passado, após meses de tratamento na Alemanha. Ele foi preso ao desembarcar no aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou. A prisão foi alvo de protestos nos EUA e na Europa.

“O país está em um estado de total ilegalidade por causa do governo de Putin”, disse uma jovem manifestante, Maria Kirichenko, no porto de Vladivostok.

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Espera-se que as passeatas deste sábado sejam um grande teste da capacidade de mobilização da oposição, apesar do aumento da pressão do Kremlin sobre os críticos e a pandemia do coronavírus.

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Antes das manifestações, a equipe de Navalny divulgou uma investigação em vídeo sobre um suntuoso palácio no Mar Negro, supostamente propriedade de Putin, que está no poder há 20 anos. O vídeo de duas horas foi visto mais de 66 milhões de vezes.

Em Vladivostok, os manifestantes se reuniram no centro da cidade, gritando “Putin é um ladrão” e “Liberdade para Navalny”.

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Imagens da AFP mostraram tropas de choque perseguindo manifestantes e batendo neles com cassetetes.

Assessores presos

Navalny, que está detido na prisão de alta segurança Matrosskaya Tishina em Moscou, agradeceu a seus apoiadores na véspera das passeatas. “Sei perfeitamente que há muitas boas pessoas fora dos muros da minha prisão e que a ajuda virá”, disse ele na sexta-feira.

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Antes das manifestações, vários assessores importantes de Navalny, incluindo sua porta-voz Kira Yarmysh, foram levados à custódia policial por violar as leis de protesto e foram condenados a penas de prisão curtas.

O Comitê de Investigação lançou na sexta-feira uma investigação criminal sobre a convocação de protestos não autorizados.

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Um tribunal organizado às pressas na segunda-feira prendeu Navalny por 30 dias, e seus partidários temem que as autoridades estejam se preparando para condená-lo a uma longa pena de prisão para silenciá-lo.

“Palácio de Putin”

A reportagem sobre o “palácio de Putin”, divulgada por Navalny, alega que o líder russo possui uma mansão de 17.691 metros quadrados que fica em uma propriedade com 39 vezes o tamanho de Mônaco. O Kremlin negou que a propriedade pertença a Putin.

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Uma série de figuras públicas – incluindo aquelas que geralmente evitam a política – manifestaram apoio a Navalny. Muitos foram às redes sociais para pedir uma grande participação neste sábado.

O órgão de vigilância da mídia da Rússia alertou as plataformas online contra o incentivo de menores a participarem dos comícios, sob o risco de multas pesadas, informando que as plataformas de mídia, incluindo TikTok e YouTube, começaram a remover conteúdo a seu pedido.

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MD/afp/lusa

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