O chefe do comitê organizador das Olimpíadas de Tóquio Yoshiro Mori renunciou ao cargo nesta sexta-feira (12) depois de ser criticado por fazer comentários considerados “sexistas”.
Ele falou, por exemplo, que as mulheres falam demais e que reuniões com várias mulheres podem levar muito tempo, o que era “irritante”.
“Minha declaração provocou muito caos. Desejo renunciar como presidente a partir de hoje [6ª feira]. Vou renunciar ao cargo de presidente do comitê”, disse Mori em reunião do comitê, cuja 1ª parte foi aberta à imprensa.
O comitê, responsável pela seleção dos atletas olímpicos japoneses, estabeleceu em 2019 a meta de ter um conselho formado por, no mínimo, 40% de mulheres.
Ao ser indagado sobre isso, em 3 de fevereiro, Mori disse: “Se aumentarmos o número de mulheres no conselho, precisamos garantir que o tempo de uso da palavra seja um pouco restrito, elas terão dificuldade em parar [de falar], o que é irritante”.
“Temos 7 mulheres no comitê organizador, mas todas entendem seus lugares”, complementou.
Os comentários desencadearam uma onda de protestos. Mori chegou a pedir desculpas, mas disse que não renunciaria.
No entanto, os principais patrocinadores do evento, incluindo a Toyota, endossaram as críticas às declarações. O presidente da montadora, Akio Toyoda, disse que a empresa estava “decepcionada” com os comentários.
Na terça-feira (09), manifestantes se vestiram de branco para protestar contra as declarações. Mori é conhecido no Japão por uma série de gafes e declarações pouco diplomáticas que fez durante o mandato como primeiro-ministro, de 2000 a 2001.
A hashtag #Moriresign (Mori, renuncie) ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter japonês na última semana.
No dia da renúncia, ele foi perguntado sobre o motivo pelo qual afirmou que as mulheres do conselhos era prolixas. “Não tenho falado muito com as mulheres ultimamente, então não sei”, respondeu.