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UE sanções China
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia anunciaram nesta segunda-feira (22) uma série de sanções contra líderes políticos e militares da China, Rússia, Coreia do Norte, Líbia, Eritreia, Sudão do Sul e Myanmar por violações de direitos humanos.
No caso de Pequim, quatro autoridades chineses – entre elas, o diretor do Departamento de Segurança Pública de Xinjiang, Cheng Mingguo – foram sancionadas por conta de violações de direitos da minoria muçulmana uigur.
Essa são as primeiras sanções desse tipo que a União Europeia aplica contra os chineses desde 1989, no episódio conhecido como massacre da Praça da Paz Celestial.
“As violações aplicadas incluem as detenções arbitrárias em larga escala de uigures em Xinjiang. As sanções sinalizam a forte determinação da UE em defender os direitos humanos e tomar medidas tangíveis contra os responsáveis por violações e abusos”, diz o bloco em comunicado.
Após o anúncio dos europeus, o governo chinês informou que “se opõe e condena com força as sanções unilaterais decididas hoje pela União Europeia contra pessoas e entidades chinesas” e publicou uma medida de resposta contra “10 pessoas e quatro entidades da UE que danificam gravemente a soberania e os interesses da China”.
Entre os punidos por “difundir mentiras e desinformação de maneira maldosa” estão os eurodeputados Reinhard Butikofer, Michael Gahler, Raphaël Glucksmann, Ilhan Kyuchyuk e Miriam Lexmann.
O alto representante europeu para a Política Externa, Josep Borrell, classificou a resposta chinesa como “deplorável e inaceitável” e ressaltou que isso não provocará “nenhuma mudança na determinação da UE na defesa dos direitos humanos.
Além do bloco europeu, o Reino Unido também anunciou punição contra quatro funcionários públicos de Pequim sobre as “repressões inquietantes”, as deportações testemunhadas por imagens de satélites e os relatórios de ONGs de direitos humanos sobre a situação dos uigures.
Também os Estados Unidos impuseram sanções contra lideranças chinesas por conta da perseguição aos uigures. Além de punir também Mingguo, Washington anunciou uma restrição a Wang Junzheng, secretário do Comitê do Partido para a Produção e Construção em Xinjiang.
Rússia
No caso da Rússia, as punições foram por conta das “perseguições difundidas e sistemáticas na Chechênia, iniciadas em 2017, contra a comunidade LGBTQI e outras pessoas acusadas de serem opositores”.
As duas punições foram contra o chefe do Departamento do Ministério do Interior russo em Argun, Vakhaevich Kataev, e o vice-primeiro-ministro da Chechênia, Abuzaid Vismuradov.
Pouco antes, o Kremlin informou que o presidente russo, Vladimir Putin, havia conversado por telefone com o líder do Conselho Europeu, Charles Michel, sobre as relações entre o bloco e seu governo, pedindo que fosse implantada uma “normalidade”.
“Vladimir Putin avaliou como insatisfatória a relação Rússia-UE por causa da política não construtiva e, às vezes, conflituosa da parceria”, pontuou o comunicado.
Demais punições
A UE confirmou ainda a punição contra 11 militares de alto escalão que aplicaram um golpe de Estado em Myanmar. Também foram punidos dirigentes da Eritreia e do Sudão do Sul por violações dos direitos humanos.
Já contra a Coreia do Norte, foram sancionados os ministros da Segurança, Jong Kyong-thaek, e da Segurança Social, Ri Yong Gil, que foram considerados responsáveis por torturas ou penas cruéis e degradantes, execuções extrajudiciais sumárias ou arbitrárias, desaparecimento de pessoas, prisões arbitrárias de diversos cidadãos, além de trabalho forçado e violência sexual contra mulheres.
Na Líbia, as sanções atingiram o chefe da milícia Kaniyat, Mohammed Khalifa al-Kani, e seu irmão, Abderrahim al-Kani, também por violação dos direitos humanos. Os dois foram considerados os responsáveis por execuções e desaparecimento de pessoas entre 2015 e junho de 2020 em Tarhuna, cidade que ambos comandaram no período.
A base para as acusações foi a descoberta de diversas fossas comuns com cerca de 120 cadáveres de homens, mulheres e crianças. A milícia foi derrotada pelo governo de acordo nacional, então liderado por Fayez al-Sarraj, no ano passado.
*Com informações de Ansa