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Os confrontos entre os grupos terrorista palestinos, que lançaram mais de mil foguetes contra o território do Estado hebreu, e Israel, que bombardeia intensamente a Faixa de Gaza, deixaram pelo menos 50 mortos e provocam o temor de uma “guerra em larga escala”.
Israel registrou nesta quarta-feira (12) danos consideráveis que não eram observados desde a guerra de Gaza de 2014, com casas, carros e instalações petrolíferas destruídas.
Uma violência que pode representar “possíveis crimes” e que o TPI (Tribunal Penal Internacional) anunciou que deseja investigar.
Os ataques aéreos israelenses, os mais intensos desde 2014, são, de acordo com o exército, uma resposta aos lançamentos de mais de mil foguetes por vários grupos armados a partir da Faixa de Gaza contra Israel desde segunda-feira (10).
Até o momento, os confrontos deixaram pelo menos 43 mortos em Gaza, incluindo 13 crianças, dois palestinos que morreram na Cisjordânia e cinco israelenses.
Quase 850 foguetes caíram em Israel ou foram interceptados pelo sistema de defesa Cúpula de Ferro, informou o porta-voz do exército israelense, Jonathan Conricus.
Outros 200 foguetes caíram dentro da Faixa de Gaza, segundo o militar.
O Hamas lançou na segunda-feira à noite uma salva de foguetes como gesto de “solidariedade” com os mais de 700 palestinos feridos nos confrontos recentes com a polícia israelense na Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islã, situado em Jerusalém Oriental, anexada por Israel em 1967.
Diante da escalada, a comunidade internacional fez um apelo por calma, mas os dois lados não deram sinais de apaziguamento até o momento.
Israel e Hamas se encaminham para uma “guerra em larga escala”, advertiu na terça-feira (11) o enviado da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland.
“Uma guerra em Gaza seria devastadora e as pessoas pagariam o preço”, completou, a respeito do pequeno território palestino, onde vivem 2 milhões de pessoas. A área já sofre com a pobreza e uma taxa de desemprego de quase 50%, afirmou o diplomata.
Na terça-feira à noite, a aviação israelense atacou um prédio de 12 andares no qual líderes do Hamas tinham seus escritórios e, em seguida, outro prédio de nove andares, que abrigava um canal de televisão local, casas e lojas.
O exército afirmou que o alvo era o “chefe de inteligência militar” do Hamas, Hasan Kaogi, e o “diretor de contrainteligência” do movimento islamista armado, Wael Isa.
Após os ataques noturnos, o Hamas lançou mais foguetes, novamente contra a cidade de Tel Aviv, assim como contra outros alvos.
“Ainda há muitos alvos. Isto é apenas o começo”, advertiu o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, que era o comandante do exército durante o conflito em Gaza de 2014.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Hamas “será atacado de uma maneira que não espera”.
“Se [Israel] quer uma escalada, estamos preparados”, declarou o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que pediu a retirada das forças de segurança da Esplanada das Mesquitas de Jerusalém Oriental, cenário nos últimos dias de confrontos entre a polícia israelense e manifestantes palestinos que deixaram mais de 700 feridos.
A violência se propagou na madrugada de terça-feira para quarta-feira por várias localidades localidades árabes israelenses. A polícia prendeu 21 suspeitos em protestos em Jisr A-Zarqa e Wadi Ara (norte).
Em Lod, ao lado do aeroporto internacional Ben Gurion, que suspendeu temporariamente os voos, as autoridades israelenses decretaram estado de emergência após os “distúrbios” da minoria árabe, segundo a polícia.
Diante da violência, o Conselho de Segurança da ONU vai organizar uma reunião em caráter de emergência nesta quarta-feira a portas fechadas, a segunda em três dias, segundo fontes diplomáticas.
A primeira reunião terminou sem uma declaração comum devido às dúvidas dos Estados Unidos a adotar um texto “neste momento”.
Fontes diplomáticas afirmaram à AFP que a ONU, com a ajuda do Catar e do Egito, iniciou uma mediação com as partes “afetadas” para conquistar uma distensão.
Mas o porta-voz do exército israelense, Jonathan Conricus, comentou na terça-feira a possível mediação: “Não acredito que meus comandantes estejam a par, nem particularmente interessados”.