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Morte de guerrilheiro das FARC procurado pelos EUA coloca Maduro na berlinda na Venezuela

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RFI- Aumenta a tensão na fronteira entre Venezuela e Colômbia. Na região há meses se arrasta um conflito armado entre guerrilhas, o que vem gerando pânico entre a população. Nas últimas semanas pelo menos 26 militares venezuelanos foram assassinados, outros oito estão sequestrados e mais de seis mil pessoas precisaram fugir daquela região por causa dos constantes ataques entre grupos armados.

A situação ficou ainda mais complexa na terça-feira (18) após a divulgação da morte de Jesús Santrich. O dissidente das Farc foi abatido em território venezuelano em situação ainda não esclarecida pelas autoridades. A morte do colombiano criou uma saia-justa para o governo de Nicolás Maduro, já que Santrich era procurado pelo governo dos Estados Unidos.

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Ainda não existem informações claras sobre a morte de Jesús Santrich. Ele teria sido abatido por integrantes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) em troca da liberação dos oito militares venezuelanos sequestrados por um grupo rival ao do guerrilheiro.

Santrich era procurado pelo governo norte-americano sob acusação de tráfico internacional de drogas. Há poucos dias a Corte Suprema de Justiça da Colômbia havia aprovado a extradição do guerrilheiro para os Estados Unidos.

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Guerrilheiros acobertados

O diretor da ONG Fundaredes, Javier Tarazona, afirma que o presidente Nicolás Maduro conhecia o paradeiro de Jesús Santrich. Ele, que vem recebendo ameaças de morte, é um dos poucos a denunciar a presença de dissidentes das FARC, membros do ELN e de outros grupos armados na região.

A morte de Santrich evidencia a presença de grupos ilegais no território venezuelano. Eles estão espalhados em estados remotos do país, como Apure e Zulia (ambos no noroeste), e em Amazonas e Bolívar (no sul venezuelano).

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Com uma extensa fronteira com a Colômbia e isolado do resto do país, o estado venezuelano de Apure há poucos anos foi transformado em celeiro para a expansão dos grupos criminosos irregulares na Venezuela. Há denúncias de que integrantes dessas facções ajudariam o governo bolivariano em trabalhos de apoio à população, entre eles a distribuição das caixas de alimentos subsidiados pelo governo de Maduro.  Desta forma os guerrilheiros têm acesso aos moradores, que acabam sendo coagidos e silenciados em troca da expansão do domínio e da atividade ilegal na Venezuela.

Os guerrilheiros também possuem estações de rádio. Através delas sãos enviados comunicados à sociedade e a outros grupos. Adolescentes e jovens são aliciados a participar das filas de combate do grupo. O clima de terror levou cerca de seis mil pessoas a abandonar a região por medo desses grupos armados ilegais. Sem ter como voltar para casa, esses venezuelanos buscam abrigo em regiões remotas da Colômbia, muitas vezes em situações insalubres e degradantes.

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PCC se beneficia

De acordo com analistas de segurança pública, a proximidade entre os países facilitou a criação de um corredor do crime, por onde circulam drogas e armas ilegais – um circuito que conecta os oceanos Pacífico, o Caribe e o Atlântico.

Quem também se beneficiaria da porosidade da fronteira e da vista gorda das autoridades venezuelanas é o Primeiro Comando da Capital. Através deste canal o criminoso grupo brasileiro teria acesso às drogas oriundas da Colômbia que passam pela Venezuela, até chegar ao norte do Brasil.    

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Para Juan Guaidó, a morte do guerrilheiro colombiano evidencia a conexão do governo de Nicolás Maduro com grupos irregulares. “Não podem negar que [Santrich] estava na Venezuela”, declarou o líder opositor.

Por sua vez o ministro da Defesa da Colômbia, Diego Molano Aponte, divulgou através das redes sociais que caso seja confirmada a morte de Santrich [em território venezuelano] “ficaria comprovado que a Venezuela refugia narcotraficantes”.  

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Até o momento o governo de Nicolás Maduro não se pronunciou sobre a morte de Jesús Santrich, apelido de Seuxis Paucias Hernández Solarte. Porém, no último domingo, durante o encerramento do Fórum de São Paulo, o presidente venezuelano declarou que o Santrich e Iván Marquez, ambos ex-comandante das FARC, eram bem-vindos na Venezuela. Maduro chegou a classificar os dois como “líderes da paz”.

Santrich e Márquez se uniram ao partido político das FARC depois que o grupo rebelde de esquerda se desmobilizou sob o acordo de paz de 2016, que encerrou décadas de guerra civil na Colômbia.

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Já a Ong Human Rights Watch, em abril deste ano, apresentou à Corte Penal Internacional um comunicado sobre a situação. No texto a organização internacional denunciou abusos cometidos contra a população civil de Apure. A denúncia foi classificada como “infame” pelo chanceler venezuelano Jorge Arreaza.

A gravidade da situação entre ambos os países levou a Rússia a lançar um alerta de que o conflito pode ter “consequências extremamente negativas para a segurança e a estabilidade da região”.

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